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Sobrevivente do atentado de Boston ganha perna 'biônica' e volta a dançar

Adrianne Haslet-Davis voltou ao palco e se emocionou ao dançar menos de um ano após o incidente - Reprodução/Twitter
Adrianne Haslet-Davis voltou ao palco e se emocionou ao dançar menos de um ano após o incidente Imagem: Reprodução/Twitter

Do UOL, em São Paulo

20/03/2014 08h11

Adrianne Haslet-Davis era uma das milhares de participantes da Maratona de Boston, em 2013, quando duas bombas foram detonadas próximas da linha de chegada. O impacto e a explosão custaram lhe uma parte da perna esquerda e, naquele momento, sua paixão pela dança. Quase um ano depois do trauma, no entanto, seu sonho de voltar a dançar virou realidade, com uma grande ajuda da tecnologia.

Adrianne, profissional da dança de salão, foi escolhida para ganhar uma espécie de “perna biônica”. O detalhe é que ela foi feita especialmente para o seu caso e com especificações que a permitissem se movimentar o suficiente para retomar a carreira.

E o resultado se viu nesta quarta-feira, quando ela voltou a subir num palco pela primeira vez e deu seus primeiros passos no retorno como dançarina, durante a conferência da fundação sem fins lucrativos TED, em Vancouver (CAN). Por alguns poucos minutos, ela bailou ao som de uma rumba, estilo cubano, sem esconder a emoção e as lágrimas.

Adrianne foi apresentada por Hugh Herr, diretor de biomecânica da fundação TED. Ele lançou uma pesquisa que tomou 200 dias estudando as dinâmicas da dança – como os dançarinos se movimentam e onde a força é aplicada enquanto o fazem. Os resultados foram aplicados na prótese dada à norte-americana.

“Em 3,5 segundos os criminosos tiraram Adrianne do salão de dança. Em 200 dias, a colocamos de volta”, discursou Herr, ele próprio um biamputado após um acidente de escalada nos anos 1980.

“Sempre fui determinada para dançar de novo, eu sabia que o faria e aqui estou. Minha primeira dança está acontecendo tão perto do aniversário do atentado. E isso me lembra que sou uma sobrevivente, e não uma vítima”, afirmou a dançarina.

O laboratório que desenvolveu a prótese da norte-americana tenta entender exatamente o que acontece com o corpo humano nas atividades de caminhada e corrida. A informação de como os músculos funcionam e como é sua ligação com o cérebro é passada no desenvolvimento das próteses, para que sejam o mais naturais possível. O mais desafiador é a ligação com o sistema nervoso do dono da prótese, uma tecnologia que tem avançado cada vez mais para aperfeiçoar os movimentos e permitir que pessoas como Adrianne possam ter mobilidade quase próxima da perfeição.