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Na Argentina, o hóquei é grande: jogadoras derrubam técnico e compram briga

Do UOL, em São Paulo

14/08/2014 06h00

A seleção argentina feminina de hóquei na grama ficou famosa por seus títulos nos últimos anos e também pela beleza de suas jogadoras. Charmosas e vencedoras. Agora, as “leonas”, como são conhecidas, mostram que são fortes também politicamente. Entraram em colisão com os dirigentes locais, conseguiram derrubar o técnico e apresentaram nomes de possíveis substitutos.

A Confederação Argentina de Hóquei (CAH) não aceitou as reivindicações imediatamente. Rosario Luchetti, um dos símbolos da vitoriosa geração, foi a primeira a abandonar a seleção. Em seguida, mais quatro jogadoras fizeram o mesmo. “Hoje não estão cuidando dos valores com os quais fomos formadas”, argumentaram.

A pressão foi grande sobre os dirigentes. Afinal, as “leonas” representam um dos maiores sucessos do esporte coletivo da Argentina nos últimos anos. Elas conquistaram duas Copas do Mundo (2002 e 2010), quatro medalhas nas últimas quatro Olimpíadas (duas de prata e duas de bronze), e o ouro em seis Pan-Americanos seguidos, de 1987 a 2007 (foram prata em 2011).

Presidente da confederação e senador argentino, Aníbal Fernández cedeu. Sua primeira medida foi tirar Carlos “Chapa” Retegui do comando da seleção feminina, como pediam as meninas. As mesmas que meses haviam aceitado seu retorno ao time um ano e meio após sua primeira passagem com elas. Não deu certo, e ele segue à frente apenas da equipe masculina.

“Nós cometemos o equívoco de aceitá-lo novamente porque faltava pouco tempo para o Mundial de Haya (em junho deste ano). Erramos ao imaginar que depois de um ano e meio muita coisa teria passado e daria certo, mas no Mundial vimos que a relação já estava quebrada”, justificou Luciana Aymar, maior nome da modalidade durante anos e porta-voz da equipe feminina.

Ela, inclusive, aceitou voltar a exercer sua posição de líder do time mesmo sem saber se continuará em quadra ou irá se aposentar. Aos 36 anos, Luciana tinha planejado se aposentar no fim da temporada, mas pode antecipar a decisão. Antes disso, contudo, tentará ajudar as companheiras a colocar a seleção novamente nos trilhos.

As jogadoras chegaram a pedir que Luciana assumisse como técnica, mas ela descartou a ideia, por enquanto. Santiago Capurro, então, foi chamado para iniciar os treinos visando as próximas disputas, mas a confederação ainda decide quem será o chefe da comissão técnica. Três nomes foram indicados pelas jogadoras, que não devem aceitar outra opção.