Suspeito de chefiar máfia do ingresso está solto. E quer viajar ao exterior
Quatro meses após o final da Copa do Mundo de 2014, toda a polêmica causada pelas investigações da chamada máfia do ingresso dissipou-se. O executivo inglês Raymond Whelan, acusado de chefiar o esquema de venda ilegal de entradas para jogos do Mundial, está solto há mais de três meses. Vivendo livre no Rio de Janeiro, planeja até uma viagem ao exterior nos próximos meses.
Whelan recebeu uma autorização judicial para viajar para fora do país. Apesar de ser réu do processo resultante das investigações sobre a máfia do ingresso, ele pode sair e voltar do país quantas vezes desejar por um período de até três meses. Em breve, aliás, deve visitar a Inglaterra.
O plano da viagem foi confirmado pela assessoria de imprensa da Match, empresa parceira da Fifa na venda de ingressos da Copa e da qual Whelan é diretor. Whelan voltará à Inglaterra por motivos profissionais e pessoais. Pretende rever parentes e amigos e se compromete a retornar ao Brasil dentro do prazo estipulado, para defender-se aqui.
Preso duas vezes em julho, Whelan foi investigado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro e considerado por ela o responsável por alimentar o grupo de cambistas ligado ao franco-argelino Lamine Fofana. Fofana também foi preso e solto dias depois. Assim como Whelan, solicitou à Justiça um aval para deixar o país e pode passar até três meses fora.
O grupo de cambistas, desbaratado por operações policiais realizadas durante a Copa, esperava faturar até R$ 200 milhões vendendo tíquetes para partidas do Mundial por preço acima do mercado. Para a Copa do Mundo no Brasil, a Fifa destinou 440 mil ingressos para a Match, mais de 10% do total de ingressos do Mundial.
De fugitivo a beneficiado
Whelan foi detido pela primeira vez no dia 7 de julho, no hotel Copacabana Palace. Horas depois da prisão, Whelan foi solto por causa de um habeas corpus.
No dia 10 de julho, contudo, a Justiça determinou prisão preventiva dos suspeitos de integrar a máfia de ingressos da Copa, incluindo o executivo. Whelan saiu pela porta dos fundos do Copacabana Palace e chegou a ser considerado foragido. Ele só se entregou no dia 14 de julho, quando foi preso novamente.
No dia 23 de julho, o ministro Ricardo Lewandowski, presidente em exercício do STF, pediu que a Justiça do Rio de Janeiro desse explicações sobre o processo contra Whelan e considerou que a situação parecia excepcional. No início de agosto, Lewandowski autorizou Whelan a sair da prisão.
Já a autorização para viagem ao exterior foi dada pela 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio. Caso Whelan, assim como Fofana, não volte ao Brasil no prazo estipulado, ele pode ser condenado à revelia no processo por cambismo.
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