Topo

Superstição, churrasco e terapia: líder das 'leonas' diz adeus ao hóquei

Do UOL, em São Paulo

10/12/2014 06h00

Ela é uma mistura de Messi, Maradona e Pelé, mas no hóquei sobre a grama. Mais do que uma das principais jogadoras das “leonas”, a famosa seleção argentina da modalidade, Luciana Aymar virou uma lenda do esporte e pendurou o taco no último domingo. Em 30 anos de carreira, cansou de acumular títulos coletivos e prêmios individuais, mas também mostrou seu lado “normal” com superstições e gostos bem simples.

Lucha, como é conhecida na Argentina, dedicou-se ao hóquei dos sete aos 37 anos. Deixou de lado a vida pessoal para virar referência mundial. Mas duas coisas ela não abandonou: churrascos e guloseimas.

“Dei tudo ao hóquei, menos os churrascos aos domingos e as guloseimas no fim da tarde”, contou Aymar. Agora aposentada, ela tem um objetivo claro: ser mãe. No entanto, a ex-jogadora está solteira, fruto da correria a que se acostumou nas últimas décadas.

Aymar carrega uma longa lista de conquistas, com destaque para dois campeonatos mundiais e duas medalhas de prata e duas de bronze nas Olimpíadas. Além disso, foi eleita a melhor jogadora do mundo oito vezes, quatro delas consecutivamente. O reconhecimento é tão grande que as demais jogadoras da seleção pedem que o número 8 de Lucha seja aposentado.

O sucesso no hóquei colocou Aymar entre as celebridades de seu país. E uma curiosidade nasceu desses relacionamentos. Há quatro anos, ela se tornou amiga de Claudia Villafañe, ex-mulher de Maradona. Depois disso, Claudia passou a escrever mensagens para Aymar antes de seus jogos, o que se tornou uma superstição para a ex-jogadora.

“Mas em jogos recentes ela esqueceu de me escrever, então quando nos encontrarmos vou cobrá-la por isso”, avisou, admitindo ter acumulado muitas manias. “Sou muito supersticiosa, principalmente quando percebo que várias coisas se repetiram antes de uma vitória.”

No último domingo, Aymar se despediu do hóquei ganhando mais um título, o Champions Trophy (pela sexta vez na carreira). Já amadurecendo a ideia de se aposentar havia alguns meses, ela recorreu a sessões de terapia para se preparar. Afinal, Aymar ajudou a transformar um esporte desconhecido (e depois elitizado) em algo popular na argentina. Se antes havia quatro quadras no país, hoje mais de 200 mil pessoas praticam hóquei sobre a grama. Uma delas, contudo, não faz mais parte dessa estatística desde domingo.