Grael quer mudar embalagem de remédios contra doping no Brasil
Lars Grael está preocupado com os casos de doping no Brasil. O velejador duas vezes medalhista olímpico (bronze em Seul-1988 e Atlanta-1996) e atual presidente da Comissão Nacional de Atletas sente-se incomodado com a quantidade esportistas envoltos em polêmicas causadas pelo uso de substâncias proibidas no esporte. Pensando nisso, teve uma ideia para tentar mudar esse quadro.
Grael quer mudar as embalagens de medicamentos vendidos no Brasil. Para ele, todos os remédios vendidos aqui e que contêm algum composto químico vetado no esporte precisam trazer em sua caixa um alerta: “sujeito a doping”.
“Assim como os remédios no Brasil têm tarja vermelha ou preta, por que os remédios não indicam se há uma substância dopante?”, questionou. “Essa é uma ideia minha. Vou levar isso ao ministro.”
Segundo Grael, muitos esportistas brasileiros acabam suspensos de competições por falta de conhecimento ou mesmo de alertas de suas equipes médicas. Tomam remédios para curar um determinado problema de saúde e, só depois, vão descobrir que aquele remédio continha uma composto proibido por autoridades de controle de dopagem.
“Existem cartilhas que dizem quais substâncias não são permitidas no esporte. Mas essas cartilhas são de difícil compreensão porque falam em substâncias químicas, e não diretamente que remédios não podem ser tomados”, reclamou Grael, durante o evento para para lançamento da rede Sou do Esporte, no Rio de Janeiro.
A campeã olímpica no salto em distância Maurren Maggi, por exemplo, foi suspensa do atletismo por causa de doping. Alegou que havia usado uma pomada cicatrizante após uma sessão de depilação. Romário encerrou sua carreira no futebol após ser suspenso por doping. Disse que havia tomado um remédio para calvície.
Segundo Grael, com a informação clara na embalagem dos remédios, casos poderiam ter sido evitados. Por ser hoje o principal interlocutor dos esportistas dentro do Ministério do Esporte, ele disse que vai trabalhar para que a mudança seja concretizada e o combate a doping, reforçado.
Apoio a novo ministro
Grael foi convidado para assumir a presidência da Comissão Nacional de Atletas pelo ministro do Esporte, George Hilton. A comissão é ligada ao Conselho Nacional do Esporte, órgão consultivo do ministério.
O velejador também é membro da organização Atletas pelo Brasil, que chegou a criticar a nomeação de Hilton para o ministério logo que ela foi anunciada. Hoje, porém, Grael apoia o Hilton.
“A indicação do ministro gerou uma frustração por ele não ser do meio esportivo”, explicou Grael. “Mas ele tem demonstrado uma sensibilidade muito grande. Vem falando muito com os setores formadores de opinião do esporte.”
Grael disse que pediu pessoalmente ao ministro a valorização da Comissão Nacional de Atletas. Isso tem sido feito, disse ele.
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