Melhor fisiculturista do país ironiza desdém aos fortões e lucra com marca
À primeira vista é impossível não se impressionar com Eduardo Correa ao se deparar com o físico avantajado e os músculos definidos. Não à toa ele é o único representante do Brasil no maior campeonato de fisiculturismo do mundo, o Mr Olympia, competição na qual é atual vice-campeão e que será disputada dia 17 de setembro, em Las Vegas. Mas ele faz questão de ser mais que um atleta. Hoje, já lucra até com palestras e ironiza os que têm preconceito com o esporte e acham que fisiculturistas são apenas uma montanha de músculos.
Quando não está treinando, se dedica aos outros trabalhos que sua carreira o possibilitou. Eduardo é empresário, desenvolveu uma linha de suplementos que leva o seu nome e também faz presenças vip em eventos do ramo. Outro forte nicho de trabalho são palestras motivacionais em que usa para dar um chute no preconceito de quem ainda pensa que fisiculturista ‘não tem cérebro’. Com bom humor, ironiza o desdém que muitos têm em relação aos fortões.
“Sempre quando vou dar uma palestra eu começo assim: ‘boa tarde, meu nome é Eduardo Correa. Sou bodybuilder profissional, eu sei ler e escrever’. Sofri preconceito no sentido de as pessoas não terem informações suficientes do que faço, mas isso já mudou bastante com o aumento do número de praticantes e adeptos de um estilo de vida saudável”, diz o fisiculturista, que foge bem do estereótipo.
“Eu estudei engenharia de aquicultura que trabalha com o cultivo de organismos aquáticos. Trabalhei com engenharia de alimentos, morei nos Estados Unidos durante três anos, tive a oportunidade de cursar ensino superior e viajar o mundo, vivenciei as coisas desde muito cedo criando senso crítico sobre tudo. Consegui desde cedo saber onde estava pisando, a política que envolve meu esporte e conhecer a fundo o que estava querendo fazer. A informação é o insumo básico para qualquer tomada de decisão”.
Mas, neste período do ano, faltando dez dias para a competição, ele deixa todas essas atividade de lado. É a sexta vez que compete no Mr. Olympia desde 2009 – só ficou fora em 2011 por lesão, e tem como único objetivo é título. A meta se tornou ainda mais palpável depois de ter voltado com o vice-campeonato em 2014, apesar de ter atravessado um ano difícil com uma lesão grave.
“É uma competição bastante especial por ser o reflexo do sucesso da carreira, é o máximo que se pode chegar como bodybuilder profissional, é o topo da realização profissional. E o ano passado me trouxe uma motivação a mais por saber que, mesmo naquelas circunstâncias, eu dei a volta por cima e vi que realmente poderia vencer. O vice me fez acreditar que é uma questão de persistência, dedicação e planejamento. Agora estou no meu melhor de todos os anos”.
Esses ingredientes não faltaram neste ano e ele cumpriu à risca o planejamento feito por sua equipe em Florianópolis, onde mora. Agora, faz os ajustes finais para chegar com perfeição dentro das 212 libras, ou 96.1 kg, exigidos em sua categoria. Para isso, faz uma dieta balanceada de 2 mil a 3 mil calorias por dia com seis refeições diárias. E os exercícios continuam pesados. Ele chega a levantar 600 kg no leg press, mesmo não estando na fase de construção e manutenção dos músculos. Os treinos são realizados em três períodos, sendo atividades cardiovasculares de manhã e à noite, e musculação no período da tarde.
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