Delação aponta propina a Eduardo Paes por Olimpíada, diz jornal
Um ex-executivo da Odebrecht apontou que o ex-prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes recebeu R$ 15 milhões em propina da empresa por contratos da Olimpíada-2016. A informação é do jornal "O Estado de S. Paulo" que teve acesso ao pedido de abertura de inquérito contra o político feito pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Edson Fachin.
A delação que apontou suposta propina para Eduardo Paes foi feita pelo ex-executivo da Odebrecht Benedicto Barbosa Silva Junior, responsável pelo Departamento de Operações Estruturadas da empresa, conhecido como setor de propinas. Na lista da empreiteira, o ex-prefeito é citado como “Nervosinho”
Segundo a versão do jornal, o depoimento de Benedicto Junior relata que houve pagamento de R$ 11 milhões em contas no Brasil para Eduardo Paes, e outros R$ 5 milhões no exterior. Há um erro na conta visto que isso somaria R$ 16 milhões. As propinas seriam "ante seu interesse a facilitação de contratos relativos à Olimpíada-2016". Os pagamentos teriam ocorrido em 2012.
Neste ano, o então prefeito Eduardo Paes estava no meio do processo de licitação do Parque Olímpico, na Barra da Tijuca. Foi firmada uma PPP (Parceria Público-Privada) com participação da Odebrecht pela qual a empresa teria acesso a 60% do terreno do local além de pagamentos pelas obras. O projeto somava bilhões de reais. Mais tarde, o UOL Esporte mostrou que o projeto do Parque Olímpico foi alterado pela prefeitura do Rio para beneficiar a Odebrecht.
Além dessa obra, a Odebrecht também ficou com a PPP para revitalização da área do Porto do Rio de Janeiro, além de corredores de BRTs (Bus Rapid-Transit) espalhados pela cidade. A empresa foi a maior construtora da Olimpíada, tendo realizado também contratos do governo do Estado como o metrô da linha 4 para a Barra da Tijuca.
O documento ao qual o "O Estado de S. Paulo" teve acesso ainda relata contribuições feitas pela Odebrecht a campanhas de Pedro Paulo a deputado federal e a prefeito do Rio, todas a pedido de Eduardo Paes. Essa informação consta da delação de outro ex-executivo da Odebrecht Leandro André Azevedo, que informou que foram dados R$ 3 milhões em uma campanha e R$ 300 mil em outra. Foram anexadas planilhas e e.mails de reuniões como provas.
O ex-prefeito Eduardo Paes, que está vivendo no exterior, ainda não se pronunciou sobre o caso até agora.
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