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Jornal: Diack recebeu e-mail suspeito em dia de eleição de sede olímpica

Lamine Diack é presidente da IAAF - Jonathan Ferrey/Getty Images
Lamine Diack é presidente da IAAF Imagem: Jonathan Ferrey/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

21/10/2017 17h04

De acordo com reportagem do jornal francês "Le Monde", Lamine Diack e seu filho Papa Massata Diack se comunicaram de maneira suspeita pouco antes de Tóquio ser escolhida como sede das Olimpíadas de 2020. Os dois são protagonistas da denúncia de compra de votos para que os Jogos de 2016 fossem para o Rio de Janeiro.

Um e-mail foi enviado para Lamine Diack dia 7 de setembro de 2013, horas antes do anúncio de que Tóquio seria cidade sede da Olimpíada de 2020. O texto pede que os votos africanos sejam "garantidos" para a cidade japonesa contra suposta investida de Madri.

"Informação que vem de seu colega africano, parece que Sheikh Ahmad está fazendo tudo o que pode para fazer os africanos votarem em Madri! Precisamos garantir isso antes da pausa", diz o e-mail, que foi enviado por seu filho Papa Massata Diack de acordo com autoridades que investigam o caso de compra de votos.

Lamine Diack é ex-presidente da Federação Internacional de Automobilismo e está preso desde 2015 após ser acusado de encobrir doping de atletas russos. Os dois são protagonistas da denúncia de compra de votos para que o Rio de Janeiro recebesse as Olimpíadas de 2016.

Autoridades francesas encontraram pagamento de dois milhões de dólares para contas bancárias controladas por Diack perto do dia em que o Rio de Janeiro foi escolhido como sede das Olimpíadas de 2016. No mesmo dia, o filho do ex-presidente da Iaaf transferiu 300 mil dólares para Frankie Fredericks, que tinha direito a voto.

De acordo com Diack, as transferências são uma "infeliz coincidência", já que na época os brasileiros patrocinavam um novo evento criado pela Iaaf. Na época, o acusado trabalhava como consultor da organização.

Além disso, Diack se defende dizendo que Fredericks e seu pai não votaram no Rio de Janeiro.