"É direito e não favor": Skatista brasileira comemora premiação igualitária
Karen Jonz, brasileira tetracampeã mundial de skate, comemorou quando soube nesta quarta (14) que um famoso torneio de skate dos Estados Unidos igualará as premiações de homens e mulheres em sua competição de 2018. A reação foi de surpresa e felicidade, mas a maior skatista do Brasil, reconhecida internacionalmente, prefere segurar a empolgação. Ela exalta que isso deveria ser algo normal no esporte.
“Estamos bem felizes pelo que aconteceu, mas não pode ficar nisso. Isso é direito e não favor. Estou feliz, mas não quero expressar, porque quero que isso seja regra e não exceção”, disse Karen Jonz.
O valor igual das premiações no torneio norte-americano foi anunciado menos de um mês depois da polêmica no Oi Park Jam, disputado em Santa Catarina. Na ocasião, a vencedora da categoria feminina recebeu três vezes menos que o campeão masculino. Karen explicou que a repercussão do caso brasileiro influenciou na questão.
“Isso é incrível e é o que a gente queria que acontecesse. É um cenário que a gente vem buscando e foi um reflexo do que rolou no Brasil. Eu tenho informação de que o pessoal dos EUA ficou sabendo do que aconteceu aqui e tomaram a iniciativa de igualar influenciado por isso”.
O torneio em questão é o Vans Girls Combi Classic, que terá a premiação igual ao seu equivalente masculino, o Vans Pool Party. A competição feminina, inclusive, nasceu dentro do evento para homens. Desde 2011 a disputa está no calendário da confederação internacional de Skate só para mulheres.
A premiação total em 2018 será de $65 mil divididos de acordo com o resultado de casa competidora. O primeiro lugar, por exemplo, receberá $28 mil; o 2º $14 mil e o 3º, $ 7 mil. Em 2017, o valor total da bolsa distribuída era de $ 22 mil.
Ainda houve mais uma boa notícia nesta quinta (15), quando a organização australiana do Bowlzilla Gold Coast anunciou que também terá premiação igualitária em março, a exemplo do que será feito nos Estados Unidos.
A maior skatista do Brasil vê a iniciativa como incentivadora do esporte no meio feminino. “É o começo de uma jornada. A premiação foi igualada nos X Games e depois disso muitas meninas começaram a andar de skate e ter condições de viajar e treinar, crescer mais e ser profissional. A gente ter mais oportunidade de conseguir manter a família e não depender de homem pra sustentar é uma vitória não só pro skate”, ressaltou.
Karen Jonz relembrou que já chegou a competir em torneios com inscrições mais caras que a premiação. “Às vezes não se ganha nada. “Quando comecei a andar, a taxa de inscrição era maior que o prêmio. Já ganhei $100 pelo primeiro lugar e paguei $150 de inscrição. Isso desestimula as meninas”.
Vontade de estar presente nos Estados Unidos e Tóquio-2020
Karen destacou que está focada em sua preparação para a Olimpíada de Tóquio, em 2020, mas que a divulgação da igualdade de premiação do torneio que será disputado em Orange, na Califórnia, a fez repensar sua programação.
“A princípio eu não iria, porque é um torneio que não conta pontuação para o ranking, meu foco é Tóquio-2020 então a minha estratégia é participar de eventos olímpicos, mas depois desse anúncio, eu estou me planejando pra tentar ir. Pelo fato da igualdade da premiação eu quero estar presente pra prestigiar”, contou a skatista, que venceu o mesmo torneio em 2014.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.