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Governadora questiona horário de verão na Olimpíada de Tóquio

Segundo Yuriko Koike, "muita gente está preocupada com o custo e com a instabilidade social de implementar essa medida" - Toru Yamanaka/AFP Photo
Segundo Yuriko Koike, 'muita gente está preocupada com o custo e com a instabilidade social de implementar essa medida' Imagem: Toru Yamanaka/AFP Photo

Isabel Reynolds e Emi Nobuhiro

Da Bloomberg

22/08/2018 20h06

A mais alta autoridade de Tóquio colocou em dúvida os planos do governo de instituir o horário de verão em 2019 e 2020 para ajudar a gerenciar o calor escaldante durante os Jogos Olímpicos de Verão.

A governadora de Tóquio, Yuriko Koike, disse na segunda-feira que estava preocupada com a despesa e com a perturbação provocadas por adiantar os relógios em duas horas durante os meses do verão por apenas dois anos. Koike disse à Bloomberg News que também observou apreensão quanto à dificuldade de introduzir essa medida a tempo para a Olimpíada de Tóquio.

"Muita gente está preocupada com o custo e com a instabilidade social de implementar essa medida por apenas dois anos", disse ela em entrevista, em seu gabinete, acrescentando que não se opunha a uma medida mais permanente. "Longe da Olimpíada e Paraolimpíada, acho que vale a pena considerar."

Embora os documentos da candidatura olímpica da cidade tenham citado os verões relativamente "amenos" da região, as altas temperaturas deste ano provocaram receios sobre a segurança de competidores e espectadores em 2020. Mais de 80 mil pessoas foram parar no hospital com insolação neste ano, um aumento de 82% em relação ao ano passado. Cerca de 144 morreram, incluindo um grande número de idosos.

Isso levou o governo do primeiro-ministro Shinzo Abe a considerar adiantar os relógios do país nos próximos dois verões, permitindo que mais eventos ao ar livre aconteçam nas manhãs relativamente frescas, informou o jornal Sankei no início deste mês. O horário de verão havia sido introduzido no Japão durante a ocupação americana no pós-guerra, mas foi rapidamente abandonado.

Cerca de 53% dos adultos japoneses se opuseram a instituir o horário de verão, de acordo com uma pesquisa divulgada na segunda-feira pela rede de notícias ANN, em comparação com 36% que aprovaram a ideia.

Koike, que já foi membro do Partido Liberal Democrata de Abe, fundou um novo partido no ano passado em uma tentativa malsucedida de derrotá-lo na eleição geral. Posteriormente, ela abandonou a liderança do grupo. Consultada sobre a eleição da liderança do Partido Liberal Democrata no mês que vem, na qual Abe deve conquistar um terceiro mandato consecutivo, Koike disse à Bloomberg que cabia ao partido decidir esse assunto.