Lais Souza compara saúde a medalhas e diz que não quer ser "coitada"
Atualmente, Lais Souza se vê como a mesma vencedora que era antes de janeiro de 2014, mês em que sofreu um acidente, fraturou a vértebra C3 e perdeu os movimentos do pescoço para baixo. As vitórias como tetraplégica são diferentes, mas igualmente satisfatórias.
"Engraçado como, ao longo da vida, as prioridades vão mudando. Antes, eu buscava resultados, medalhas. Hoje, depois de encarar tanta coisa, cada dia que passo bem e com saúde já é uma conquista", disse em texto publicado pela revista Glamour.
Ela lembra que é muito comum que tetraplégicos sofram com infecções urinárias constantes. A disciplina que só a rotina de atleta poderia ter proporcionado ajuda muito: "Esporte é educação", como ela faz questão de dizer.
"Treino quatro vezes por semana durante uma hora e meia, faço massagens regularmente e estudo muito", explicou. Mas a paulista destaca que aprendeu a desenvolver a mente. "Aprendo e ouço mais, falo menos, leio muito", contou.
Além desta consciência mental, Lais não esconde a satisfação por poder ficar em pé com a ajuda de equipamentos. Ela acredita que a chance de olhar nos olhos das pessoas, na mesma altura, a ajuda emocionalmente. "A segurança da Lais que sempre correu atrás dos sonhos", completou.
"Esquecemos que a felicidade está nos pequenos momentos. Em ter uma vida tranquila, com a mulher [Lais assumiu a bissexualidade em 2015] e a família, um certo conforto, levar os cachorros para passear na praia… Por isso, não quero que pensem que sou uma coitada", afirmou.
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