Cinco tripulantes de submarino que implodiu foram árbitros de futebol
A notícia de que o submarino argentino Ara San Juan S-42 foi encontrado neste sábado (17) após um ano desaparecido impactou o mundo. O último contato aconteceu em 15 de novembro de 2017. Parte da tripulação de 44 pessoas, inclusive, tinha estreita ligação com o esporte, principalmente na arbitragem.
Dos mortos na tragédia, cinco se dividiam entre a paixão pela Marinha da Argentina e a função de árbitro de futebol na cidade de Mar Del Plata: Celso Oscar Vallejos, Jorge Isabelino Ortiz, Roberto Medina, Sérgio Antonio Cuellar e Víctor Hugo Coronel.
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O quinteto chegou a ser homenageado no ano passado em uma cerimônia pelos 30 anos do Sindicato dos Árbitros Desportivos da República Argentina (SADRA). Na ocasião, Nestor Pitana - árbitro da final da Copa do Mundo de 2018 - esteve presente.
Os cinco eram apaixonados por futebol e praticavam o ofício da arbitragem em diversas categorias da cidade. Na ocasião do acidente, Roberto Medina era um dos árbitros assistentes da primeira divisão do campeonato de Mar Del Plata.
Os demais estavam em categorias amadoras até por conta da rotina do trabalho e, por vezes, também disputavam partidas como jogadores.
Grande parte da tripulação acompanhava o esporte em outras modalidades. Renzo David Martín Silva, por exemplo, jogou rúgbi no Rugby Club Tartessos de Huelva, na Espanha.
Após a tragédia, os tripulantes foram homenageados pelo mundo do esporte em uma série de oportunidades, inclusive pela torcida argentina na Copa do Mundo da Rússia. Em um jogo entre Colón e Tigre, os jogadores utilizaram camisas com a inscrição “Somos Todos ARA San Juan”.
No início do ano, o ex-boxeador argentino Lucas Matthysse usou uma camisa para a luta contra Tewa Kiram com homenagens aos mortos na Guerra das Malvinas e aos 44 do submarino. Ele repetiu o gesto ao posar para fotos antes do combate contra Manny Pacquião. Essas foram algumas homenagens que os esportistas fizeram e ainda devem fazer aos mortos da Marinha Argentina.
As autoridades argentinas informaram que não possuem recursos para extrair o submarino do local em que foi encontrado. Ele está a 907 metros da superfície. Segundo o capitão Gabriel Attis, chefe da base naval de Mar del Plata, o submarino foi encontrada no leito marinho com o casco inteiro, mas "totalmente deformado, colapsado e implodido", e sem "aberturas". Parte das hélices estão enterradas, e há pedaços espalhados por um raio de 70 metros.
Autoridades confirmaram ainda que a embarcação sofreu uma implosão duas horas depois do seu último contato. A implosão ocorre quando o submarino ultrapassa o limite de profundidade - no caso do ARA San Juan, era de cerca de 300 metros.
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