Esgrimista brasileiro que vai ao Pan já venceu vocalista do Iron Maiden
Esgrimista que vai pela segunda vez aos Jogos Pan-Americanos em Lima, Nicolas Ferreira nunca foi fã da banda Iron Maiden, mas teve, na adolescência, uma oportunidade de fazer inveja a muitos seguidores da banda inglesa: ele duelou com o vocalista Bruce Dickinson durante uma passagem pelo Brasil em turnê.
O encontro aconteceu em 2009, pouco depois de Nicolas ser chamado para defender o Pinheiros - o clube viu seu potencial quando ainda era atleta de um projeto gratuito no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo.
"Eu era pequeno, ele era famoso por ser um grande músico. Meus pais nunca me introduziram a esse estilo musical, então eu sabia que tinha um cantor famoso que jogava, mas quando ele veio aqui, o pessoal falou e eu comecei a pesquisar e tal. Eu ganhei dele, isso foi bom", lembra o esgrimista.
Considerado um dos maiores nomes da história do heavy metal no planeta, Dickinson começou a praticar esgrima na escola na Inglaterra - ele conta em entrevistas que chegou a ser um dos melhores de seu país na espada.
"Fizeram uma fila gigantesca e dois atletas aqui do clube, a Maria Rita e o Luis Fernando, são fãs absurdos. Estavam emocionados. Então, fui pegando um pouco daquela sensação e joguei. Foi divertido, ele foi super solícito, jogou com todo mundo independentemente da idade", completa Nicolas, que prefere ouvir sertanejo universitário.
Fuga da natação e motivação por roupas do COB
Antes de escolher a espada para competir (na esgrima também existem o florete e o sabre), Nicolas começou no esporte pela natação, por influência da mãe. Mas ele não evoluía e chegou um momento em que pediu para trocar de modalidade. Depois que iniciou na esgrima, influenciou os dois irmãos mais novos a seguir seus passos.
"Minha mãe era professora de natação, então nasci dentro d'água. Quando eu tinha 10 anos, falei: 'mãe, por favor, não eu não gosto mais de me molhar'. Modéstia à parte, eu sei boiar muito bem e só isso, foi o que eu aprendi em todo aquele tempo de natação", brinca o atleta.
A escolha da esgrima foi aleatória. Sem saber o que era o esporte, perguntou à mãe do que se tratava no momento da inscrição para ser sorteado a treinar no Ibirapuera e gostou ao saber que era um esporte com espada.
Mas sua maior motivação para treinar na esgrima veio ao conhecer atletas que viajavam para competições internacionais por delegações brasileiras. Mais especificamente, pelo uniforme que eles ganhavam.
"Tem um atleta que vai para o Pan também, o Heitor Shimbo, eu lembro dele se preparando para alguns Jogos e estava com a roupa (do COB). Eu perguntei e ele falou que todo mundo que ia, ganhava o uniforme. Poxa, eu queria ganhar esse uniforme, e ele falou 'então tem que treinar'", conta Nicolas.
Enquanto se divide entre treinos para o Pan e o último semestre do curso de Engenharia de Produção, ele carrega consigo uma maleta de ferramentas para cuidar de suas espadas.
"Eu cuido muito mais das minhas espadas do que do carro. Eu tenho um kit de ferramentas que sempre arrumo direitinho, e cada espada tem uma característica; Sempre levo quatro para competição, e tem uma que é para ataques diretos, outra para fazer parada e resposta, então dependendo do jogo eu uso uma ou outra", justifica o atleta de 26 anos.
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