Milton Leite revela que votou em Haddad: "Bolsonaro rebaixa mulheres"
Milton Leite votou em Fernando Haddad na última eleição para a presidência da República. O candidato do PT foi derrotado no segundo turno, mas o narrador do Grupo Globo deixou claro que não poderia ter votado no nome vencedor, o presidente Jair Bolsonaro (PSL).
"Para presidente, eu votei no Fernando Haddad. Eu votei, basicamente, em pessoas de esquerda. Votei em candidatos do PSOL, em candidatos do PCdoB... Para presidente, votei no Haddad. Primeiro, porque sou um cara com ideias de esquerda. Eu considero que a minha ética de vida, o meu jeito de encarar a vida tem mais a ver com este lado. E porque as propostas me pareceram muito melhores", afirmou em entrevista ao canal "Pingue-Pongue com Bonfá", no YouTube.
"Quem concorreu contra o Haddad, que é o atual presidente, sempre deu declarações homofóbicas, declarações racistas, rebaixando mulheres. Eu não podia votar em um cara desses, né? Eu tenho três filhas, estou ganhando uma neta agora, tenho afilhada, um monte de cunhadas... Como vou dizer para elas que votei em um cara que acha que mulher é um produto de segunda classe? As ideias que ele sempre proferiu não têm a ver com o que eu penso da vida. Eu não podia votar nele", concluiu.
O profissional fez fortes críticas a Bolsonaro; para ele, o atual presidente deveria dar mais atenção aos problemas estruturais que afetam a população. "É um desgoverno, porque até aqui você não vê qualquer proposta que tente combater os principais problemas de hoje. Sobretudo, o desemprego, a economia que está parada há anos, os problemas da educação. Você não vê nenhuma proposta para tentar melhorar essas questões, que são aflitivas para a população", disse Milton Leite.
Neste sentido, Milton Leite fez muitos elogios a Lula, que está preso em Curitiba. Na opinião dele, o ex-presidente fez a sociedade brasileira evoluir, mas errou ao não tomar todas as medidas que poderia ter tomado em sua gestão. "Eu acho que ele foi o melhor presidente que o Brasil já teve na história. Ele levou o Brasil a patamares que a gente não imaginava em termos de desenvolvimento econômico, de abrir oportunidades para as pessoas, criação de universidades", comentou.
"O desemprego, com ele, chegou ao mínimo. Ele conseguiu liquidar a dívida que o Brasil tinha com o FMI. Mas acho que também cometeu muitos erros: não deveria ter acreditado que já fazia parte da elite, deveria ter tomado algumas medidas para favorecer mais a população carente, como taxar as grandes fortunas... Inclusive ter se afastado das pessoas e dos partidos que depois acabaram trabalhando para derrubá-lo e derrubar a sucessora dele, que foi a Dilma", opinou.
"Ele continuou se aliando a gente que não tinha nada a ver com o projeto político do PT no começo. Embora ele tenha sido um presidente importantíssimo para a história, talvez o melhor que a gente já teve, ele cometeu erros quando tinha muita popularidade. Então ele tinha cacife e apoio popular para mexer em muito mais coisas do que mexeu e para se afastar de gente que acabou minando o governo que veio depois do dele", completou Milton Leite.
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