Melhor skatista no street é são-paulina fanática e toca em escola de samba
Prestes a completar 20 anos, Pâmela Rosa foi um prodígio no skate, entrou para o Guinness Book e hoje lidera a corrida do street para os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, mas não deixa de lado duas paixões anteriores às quatro rodinhas: o samba e o São Paulo Futebol Clube.
Sua ligação com o samba é antiga e envolve toda a família, que participa dos desfiles da escola de samba Tom Maior, em São Paulo, além dos Acadêmicos Leão do Ita, em Ilhabela, no litoral paulista. A participação desde pequena fez com que ela aprendesse a tocar diversos instrumentos da bateria.
"É uma paixão para mim. Quando não estou em campeonatos, procuro sempre ir aos ensaios e desfilar porque, para mim, é um motivo de orgulho. Eu gosto muito, gosto de tocar. É uma 'vibe' muito boa", afirma.
"Na Tom Maior, eu toco ganzá e quando tem ensaio eu tento ir, mas como eu moro longe [em São José dos Campos], o diretor de bateria me entende. Fico treinando em casa porque eu tenho um ganzá pessoal, então na escola já chego sabendo o que tenho que fazer", completa Pâmela, que é diretora de ganzá na escola de Ilhabela, onde a irmã é rainha de bateria e a mãe coordena mestre sala e porta-bandeira.
Além do samba, que também incorpora às apresentações na pista de skate, ela vai sempre que possível aos jogos do São Paulo. Pâmela faz questão de ficar no meio da Independente, a principal organizada, como fez no último clássico no Morumbi, diante do Palmeiras.
"Sou muito são-paulina desde neném. Meu pai é fanático por futebol, principalmente o São Paulo e o São José, aqui da minha cidade, e ele sempre tentou me levar aos jogos. Conheço muitas pessoas da torcida Independente e sempre que posso, estou lá", diz.
Contas atrasadas pelo primeiro skate
O começo da atleta no skate aconteceu após uma visita de um amigo de sua irmã à casa da família. Então com 8 anos, ela quis andar no skate do garoto e gostou. Pediu então aos pais para ter o seu, que veio com o atraso no pagamento de contas.
"Depois de duas semanas, meus pais pegaram o dinheiro da água e luz e compraram para mim", conta a skatista que já soma mais de uma década na modalidade.
A brasileira se tornou em 2016 a mais jovem a conquistar uma medalha de ouro nos X-Games, aos 16 anos. O resultado a colocou no livro dos recordes. Ela só acreditou no feito quando viu o livro que hoje ostenta com seus troféus.
"Foi um sonho realizado. A gente não estava acreditando até que eu fui na livraria e vi lá. Fiz meus pais comprarem e está em casa guardadinho", conta.
Amizade com campeã olímpica
Concentrada nas competições que pontuam para Tóquio, Pâmela tem o apoio de alguém que já esteve em duas edições olímpicas e conquistou a medalha de ouro na Rio-2016, a judoca Rafaela Silva.
"É minha parceira. A gente se conheceu em um evento da Nike e eu sempre vim acompanhando desde quando ela foi desclassificada em Londres. Sou grande fã dela. A gente agora é muito amiga e depois que ela ganhou a Olimpíada do Rio, o discurso dela foi um exemplo para mim", afirma Pâmela.
Pâmela iniciou a corrida pela vaga em Tóquio vencendo as duas primeiras etapas com maior pontuação no ranking olímpico, em Londres, na Inglaterra, e Long Beach, nos Estados Unidos. Ao todo, são oito competições que ocorrem até a lista final em junho de 2020. Com o sonho de competir na primeira Olimpíada do skate, ela fez uma preparação diferenciada no início do ano e se saiu da melhor forma possível.
"Estava três meses treinando nos Estados Unidos para focar bastante nessas etapas. Graças a deus, consegui ganhar o Street League, que era meu sonho. Estava há quatro anos tentando e ganhei num campeonato importante, valendo pontos para as Olimpíadas", comemora a brasileira que compete em Los Angeles a terceira etapa para se manter na frente da corrida para Tóquio.
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