Esporte da Venezuela se afunda em crise e envia menor delegação em 20 anos
O esporte da Venezuela sente cada vez mais os efeitos de uma crise política e financeira que a atingiu nos últimos anos. O país terá, em Lima, sua menor delegação em Jogos Pan-Americanos desde 1999, pelo menos. O cenário só não é pior porque a Panam Sports, entidade que gere a competição, deu uma grande ajuda.
Consciente das dificuldades passadas por atletas venezuelanos nos últimos anos, a antiga Odepa, equivalente ao Comitê Olímpico Internacional (COI) para as Américas, bancou a ida de equipes do país a eventos que serviam como seletiva. "Cerca de 30% da delegação que vem a Lima, entre 80 e 90 atletas, só estão aqui porque a Panam pagou para que eles participassem de eventos classificatórios. Sem essa ajuda, nossa delegação seria ainda menor", conta o jornalista Ricardo Gomez Chirinos, da Radio Unión, devidamente vestido com um uniforme da delegação dos pés à cabeça.
Exemplo máximo da crise vivida pelo esporte venezuelano é a ausência do time de beisebol. Em fevereiro, o Campeonato Pré-Pan-Americano foi realizado em São Paulo, e a Venezuela, uma potência no continente, avisou em cima da hora que não poderia participar. Não havia dinheiro para comprar as passagens.
Outras modalidades tiveram o mesmo problema, como o vôlei, em que o país governado por Nicolás Maduro não se inscreveu para disputar as seletivas. Mesmo na esgrima, na qual a Venezuela tem grande tradição, a equipe não está completa em Lima por causa de ausência em eventos classificatórios.
No total, a delegação da Venezuela caiu de 353 atletas em 2015 para 287 em 2019. Em relação a Guadalajara-2011, quando o país viveu seu auge na competição, a redução é ainda maior, de 101 esportistas. Por mais que o Ministério do Esporte tenha prometido um aumento no número de medalhas na capital peruana (foram 50 em 2015), o histórico recente mostra que a tendência é de piora.
Na soma de outros três eventos poliesportivos - Jogos Bolivarianos, Jogos Sul-Americanos e Jogos Centro-Americanos e do Caribe -, a Venezuela passou de 264 medalhas no ciclo olímpico passado para 161 medalhas no atual.
Boa parte da delegação que vem a Lima é formada por atletas que moram em outros países. É o caso da grande estrela do esporte venezuelano, a triplista Yulimar Rojas, campeã mundial em 2017 e prata na Rio-2016, que treina na Espanha. Também medalhista olímpica, Stefany Hernández, do BMX, vive na Suíça. Já a ginasta Katriel de Souza é radicada nos Estados Unidos.
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