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Pan 2019

Casado precisa de gambiarra em patim para ganhar medalha e se aposentar

Gustavo Casado competiu no pan com poblemas com freio no patim esquerdo - Wander Roberto/COB
Gustavo Casado competiu no pan com poblemas com freio no patim esquerdo Imagem: Wander Roberto/COB

Karla Torralba

Do UOL, em Lima (Peru)

27/07/2019 18h52

O santista Gustavo Casado, 28, já estava decidido a encerrar sua carreira pela patinação artística após o Pan de Lima-2019. Que ele tenha feito isso ganhando sua primeira medalha pan-americana, um bronze, neste sábado (27), ao menos valeu como alívio. Ainda mais depois de lidar com problemas em um de seus patins durante toda a semana de treinos. Para competir e subir ao pódio, precisou apelar, em suas próprias palavras, a uma gambiarra.

"Você tem a base nos patins, que fica embaixo, e tem o freio na frente. Essa parte do freio espanou. Por mais que eu trocasse a peça para render o freio, ela não prendia. Saímos para comprar peças e fazer uma gambiarra para prender", afirmou.

Na sexta-feira, na fase preliminar, Casado teve de sair às pressas pelas ruas da capital peruana para tentar remediar a situação, ainda insatisfeito. "Conseguimos no primeiro dia, mas não estava totalmente preso. Fui forçar mais um pouco, e estourou de novo. As meninas já iam competir, e tive de sair correndo para comprar mais peças e competir", disse.

Para este sábado, afirma que preferiu nem mexer no equipamento, mesmo que ele não estivesse na condição ideal. Na disputa de medalhas, o patinador acabou errando e caindo no início de sua série. Depois admitiu que o nervosismo acabou prevalecendo, e não só pelos percalços técnicos que precisou contornar. A aposentadoria marcada para Lima-2019 também colocava mais pressão.

"Sempre quis fazer um Pan, e não pude participar do outro. Terminar a carreira aqui foi algo pensado desde o começo do ano. É uma competição muito importante para nós, como se fosse uma Olimpíada", afirmou. "A competição não foi do jeito que eu queria. Eu tinha me preparado bem, estava bem melhor tecnicamente, mas na hora não consegui aplicar isso. Mas fico extremamente grato por essa medalha."

A aposentadoria aos 28 anos, para Casado, se deve a dificuldades de seguir um calendário internacional e seguir competindo em alto nível morando no Brasil. Ele retornou ao país em 2015 após temporadas morando no exterior e chegou a ficar dois anos parado. Voltou às disputas no ano passado, ganhando o bicampeonato nos Jogos Sul-Americanos. "Agora quero voltar para minha família, ficar em casa. A decisão é mais por isso, mesmo", disse.

Não é que o patinador vá se desligar totalmente do esporte, porém. Ele dá aulas em Santos como instrutor do Clube de Regatas Saldanha da Gama.