Isaquias vai a sua primeira final no Pan-2019. E ninguém vê
Nenhum torcedor viu Isaquias Queiroz vencer sua primeira bateria no Pan-Americano de Lima. Na manhã fria e cheia de névoa deste sábado na albufeira Medio Mundo, a 180 quilômetros da capital peruana, o brasileiro levou a melhor na segunda bateria do C1 1.000m, sua principal prova, garantindo ao Brasil sua segunda classificação para uma final nos Jogos - antes dele, Vagner Souta se classificou no K1 1000m. Na pequena arquibancada montada no meio da raia (e não no final, como de costume), não havia nenhum torcedor.
As competições de canoagem velocidade e remo são realizadas em Medio Mundo, distrito de Végueta, um lugar remoto a 175 quilômetros ao norte de Lima. A instalação, provisória, aproveita parte da estrutura de um pequeno hotel, o Albufera Medio Mundo, que tem área para camping e quartos simples.
Distante 25 quilômetros da cidade mais próxima, a instalação foi feita pensando principalmente nos atletas. Mesmo jornalistas passam dificuldades: só foi disponibilizado um ônibus saindo de Lima, e desses utilizados em transporte urbano (os famosos circulares). Há só dois banheiros químicos para torcedores, voluntários, policias, jornalistas e funcionários.
O cenário parece pouco atraente para torcedores, até porque não dá para saber o que está acontecendo. A competição não tem narrador, então só pelo celular é possível saber que prova vai acontecer. De longe, os atletas não são identificáveis. E, da arquibancada, não dá para ver a chegada. Impossível saber quem ganhou e quem perdeu.
Um grupo de jornalistas cubanos preferiu ficar mais perto da linha de chegada, atravessando a vegetação, para ver de perto Fernando Jorge vencer a primeira bateria. Seis jornalistas brasileiros ficaram na área de imprensa - há assentos reservados na arquibancada, mas eles estão molhados do sereno. As outras pessoas na arquibancada eram voluntários, responsáveis por orientar o "público".
Sobre a prova: Isaquias venceu em 4min00s e avançou direto para a final, assim como o cubano. O brasileiro, assim, não precisa disputar a semifinal, logo mais. Pula para a final, na segunda. Ainda neste sábado, com Erlon, ele rema a final do C2 1.000m. Como o número de inscritos é baixo, a prova não tem eliminatórias.
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