O ano do ginasta Arthur Nory começou com muita dor no joelho esquerdo. Depois de terminar a temporada em dezembro, sofreu com o que acreditava ser uma lesão no local. Só cinco meses depois, no entanto, o medalhista olímpico descobriu que tinha um problema sem cura.

O brasileiro tem condromalácia, um desgaste na cartilagem do joelho. Conforme vai seguindo com sua rotina de treinos ou mesmo de sua vida fora dos ginásios, o ginasta vai desgastando a cartilagem, o que causa inflamação. Vêm daí as dores. Sem ser detectada como uma lesão nos exames realizados, os meses até a descoberta dessa condição causaram grande perda de força do lado esquerdo, prejudicando seu desempenho.

Ele tomou conhecimento desse quadro a dois meses dos Jogos Pan-Americanos de Lima . Agora, com o Mundial de Ginástica, que dá vaga na Olimpíada de Tóquio (outubro), se aproximando, a dor constante pode interferir no desempenho do medalhista de bronze na Rio-2016.

"Não tem cura. Há dois meses descobriram o problema na cartilagem, chegava numa angulação em que eu perdia a força e descobriram o que era. A cartilagem não se regenera. Tem métodos para ajudar e aliviar em fortalecimento, fica inchado bastante, mas está sendo tratado, os médicos analisam. Tem que fazer gelo depois do treino. Precisa de muito fortalecimento, não pode parar de fazer força. Sempre consciente e com a ajuda da equipe", contou o ginasta ao UOL Esporte.

Nory explicou como foi a descoberta e o que é feito para diminuir o desconforto. "Foram altos e baixos para descobrir o que era. Aconteceu depois da Copa do Mundo do ano passado, de novembro. Eu fiquei com muita for no joelho em dezembro e vimos que não tinha nenhum problema. Eu tive que recuperar e ficar um tempo parado sem fazer solo e salto. Perdi muita força, os joelhos estavam muito desequilibrados. Agora estamos trabalhando em cima disso pra amenizar a dor".

A ginástica masculina do Brasil estreia no Pan-2019 neste domingo (28) à noite, na disputa por equipes. Todo esforço de Nory nos aparelhos contará para um bom ranqueamento do país na disputa.

O ginasta ressaltou que não será impedido de competir 100% no Pan de Lima por causa da condição do joelho esquerdo. "Sei que é importante pra equipe fazer os seis aparelhos e farei no Pan todos os aparelhos. A gente está pensando agora só no Pan, que é a preparação que a gente faz para a equipe poder analisar e ver o que corrigir para o Mundial. No Mundial é que vai classificar a equipe completa. Desde o Rio a gente pensa em Tóquio, mas tem que passar por esse ano que tem que dar uma boa impressão pra chegar bem na Olimpíada."