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Pan 2019

Milena Titoneli é 1ª brasileira a conquistar o ouro pelo taekwondo do Pan

 Milena Titoneli comemora medalha de ouro no taekwondo no Pan-2019 - Susana Vera/Reuters
Milena Titoneli comemora medalha de ouro no taekwondo no Pan-2019 Imagem: Susana Vera/Reuters

Demétrio Vecchioli

Do UOL, em Lima (Peru)

29/07/2019 20h30Atualizada em 29/07/2019 23h40

Milena Titoneli se tornou nesta segunda (29) a primeira brasileira a ganhar uma medalha de ouro pelos Jogos Pan-Americanos. Em Lima, ela venceu uma final emocionante contra a norte-americana Paige Mc Pherson por 9 a 8, na final da categoria até 67kg. Esse foi também o segundo ouro brasileiro nesta edição.

"Eu acreditava muito, mas quando acontece é inexplicável", afirmou Milena, emocionada, depois de assumir a liderança no placar da luta apenas em seus segundos finais. "Ela era a favorita, campeã olímpica, do Mundial. Consegui reverter o placar no final, e foi gratificante."

Desta forma, a modalidade encerrou sua participação neste Pan com sete medalhas, mais que o triplo do que havia obtido em Toronto-2015 (duas). O Time Brasil foi ao pódio nos três dias de competição, com destaque também para o campeão de Edival Pones, o Netinho, pela categoria até 68kg, no domingo.

Milena Titoneli luta no Pan - Susana Vera/Reuters - Susana Vera/Reuters
Milena Titoneli faz história no Pan de Lima-2019, com três vitórias por um ouro
Imagem: Susana Vera/Reuters

"Essas medalhas mostram como o Brasil está vindo forte. A gente sempre fala que o brasileiro tem vontade, mas agora temos condições de chegar. Nós somos fortes, e, quando nós queremos, vamos atrás", afirmou Milena.

A paulistana de 20 anos já havia conseguido um resultado importante nesta temporada, com um bronze pelo Mundial de Manchester (ING), em maio. Na capital peruana, a lutadora eliminou a colombiana Katherine Dumar e a cubana Arlettys Acosta para avançar à decisão.

"Foram anos de trabalho, desde 2015 que eu queria estar no Pan. Via meus companheiros, que treinam comigo, participando e pensava: 'Um dia estarei lá, um dia vou ganhar'. Não para por aí, se Deus quiser estarei na Olimpíada e darei meu máximo também. Ainda não está decidido quem vai, mas eu estou na luta. Se a minha categoria for escolhida, darei o máximo para conseguir o ouro", disse.

"Nada como trabalho. A gente achou uma forma de encaixar o meu estilo de luta no estilo de lutas delas (companheiras de equipe). Foi aí que eu me senti confiante. A cada treino duro, a cada treino que me superava, sabia que ia trazer esse ouro para o Brasil."

Mais cedo, Ícaro Miguel não resistiu aos ataques do colombiano Miguel Angel e acabou perdendo a final do taekwondo até 80kg nos Jogos Pan-Americanos. Desta forma, o brasileiro foi medalha de prata. Na parte final do último assalto, Ícaro esboçou uma reação, mas não conseguiu evitar a derrota por 19 a 17.

Antes, o lutador, de 24 anos, havia derrotado o porto-riquenho Elvis Barbosa e o dominicano Moises Hernández em lutas muito equilibradas. "A melhor coisa para um atleta é uma vitória. Vim para cá querendo o ouro. Infelizmente não deu, mas felizmente foi mais uma final. Jogos Pan-Americanos é um nível muito alto", disse, ao SporTV, o brasileiro que teve de fazer um ajuste em seu calendário para disputar o Pan.

Mineiro de Belo Horizonte, Icaro costuma competir na categoria 87kg, sete quilos a mais em comparação ao que enfrentou na capital peruana. "São adversários mais rápidos, mais ágeis. Mas com nível muito alto, independentemente de ser 87 ou 80", disse. A mudança do atleta se explica pelas categorias que têm espaço nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020.Mais cedo, outros dois lutadores brasileiros conquistaram medalhas de bronze na capital peruana, com Maicon Andrade na categoria acima de 80kg e Raiany Fielis na categoria acima de 67k, as mais pesadas da modalidade.