Brasil leva o ouro e soma seis títulos seguidos no handebol feminino
Vitória de virada, contra a Argentina, com ginásio lotado, mantendo uma hegemonia de 24 anos e carimbando a vaga olímpica. Foi no sufoco, mas o Brasil venceu o melhor e mais importante jogo do Pan-2019 até aqui. Com grande atuação da goleira Renata, de só 20 anos, a seleção brasileira feminina de handebol bateu a Argentina por 30 a 21 em Lima, ganhou o sexto ouro seguido dos Jogos Pan-Americanos e carimbou passaporte para os Jogos Olímpicos de Tóquio.
Não é preciso ter assistido a todas as outras partidas do Pan para dizer que esse Brasil x Argentina foi a melhor da competição até aqui. Ginásio apinhado de gente, com torcidas barulhentas para os dois lados, algumas das melhores jogadoras do mundo em quadra, valendo não só o ouro, mas 14 credenciais nos Jogos Olímpicos. E um duelo parelho do início até o fim.
A Argentina começou melhor, com um time mais leve que o Brasil não sabia marcar, abrindo espaços principalmente para a penetração das duas alas. Do outro lado, a equipe brasileira tinha em Duda seu desafogo. Mais alta, mais forte e mais atlética do que qualquer jogadora argentina, a melhor defensora do mundo impunha seu domínio físico.
Buscando alternativas, o técnico Jorge Dueñas trocou, aos poucos, praticamente o time todo. Deixou em quadra Duda e a ponta Larissa, responsável pelos contra-ataques. Foi ela quem quem marcou dois gols no último minuto do primeiro tempo e levou o jogo empatado ao intervalo, por 12 a 12. Ela e Renata, que fez cinco defesas em 11 arremessos no período - contra um em oito de Babi, que começou jogando.
A experiência e o preparo psicológico da seleção brasileira, formada por atletas que atuam nas melhores ligas do mundo, falou mais alto no começo do segundo tempo. Em seis minutos, o Brasil abriu 18 a 13, cinco gols de diferença, e praticamente assegurou a vitória. A ótima goleira argentina Mirasol Carratú continuou atuando bem, mas Renata, do outro lado, também.
O time passou a funcionar melhor sem Duda no ataque, com Patrícia armando o jogo e Bruna de Paula na ala esquerda. Aos poucos, o placar foi ficando mais elástico e as argentinas naturalmente se abateram. No fim, deu o óbvio.
A partida lotou o Poliesportivo 1, quadra provisória (dentro de uma estrutura permanente que vai virar centro de treinamento). Quando a bola rolou, já não havia lugares disponíveis para a torcida, para a imprensa, para atletas e para dirigentes. A importância do jogo atraiu um número recorde de atletas brasileiros, de diversas modalidades (incluindo a seleção masculina), jogadores de times rivais e diversos cartolas. Toda a cúpula do COB em Lima, que se divide entre os eventos, se juntou desta vez.
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