Acredite: Jordan já participou do Pan, na Venezuela. E ganhou do Brasil
Quatro anos antes da conquista de um ouro histórico, a seleção brasileira de basquete já havia chegado perto de uma vitória contra os Estados Unidos no Pan de Caracas-1983. Mas havia um Michael Jordan no meio do caminho. Então aos 20 anos, oito antes de seu primeiro título de NBA pelo Chicago Bulls, o jovem astro fez a diferença nos minutos finais.
"Nós estávamos marcando com uma zoninha, mas ele desequilibrou", relembra Marcel, ex-ala que seria campeão em Indianápolis-1987. "Teve um lance que está em várias fitas sobre a carreira dele. Ele veio no contra-ataque pelo lado esquerdo, e eu fui marcá-lo em sua mão direita. Mas ele sempre pulava antes, e foi o que fez. Passou por baixo de mim, do aro e fez a cesta."
Jordan anotou 16 pontos em vitória por 87 a 79. Pelo torneio, teve média de 17,3 por partida, para garantir aos EUA a medalha de ouro. Ao Brasil, desfalcado de Oscar Schmidt, restou a prata. "Já falavam muito dele por conta do título universitário que havia ganhado [em 1982]", lembra Marcel. A lenda estava só começando. Sua presença na Venezuela, ao lado do ala Chris Mullin - outro integrante do "Dream Team" original - mostra o quão valorizado já foi o torneio. Realidade bem distante da que o Pan de Lima-2019 apresenta ao público, com uma seleção norte-americana para lá de alternativa.
Em Toronto-2015, é verdade, os EUA convocaram uma equipe que misturava veteranos profissionais em times de ponta da Europa, universitários e até um coadjuvante da NBA, o pivô Ryan Hollins. A equipe teve dificuldades, mas conquistou uma medalha de bronze.
O mais comum foi inscrever destaques do basquete universitário, tal como farão neste ano. Dessa vez, porém, a seleção de estudantes se restringe a atletas de só uma conferência, a "Big East", e nem mesmo os melhores dessa liga estarão presentes. É a primeira vez que isso acontece. E é improvável que desse grupo saia uma estrela da NBA - algo que já foi recorrente no evento.
Incluindo Jordan, nove jogadores eleitos entre os 50 maiores da história da NBA à época de seu cinquentenário, em 1996, já disputaram o Pan: Oscar Robertson e Jerry West (1959), Wes Unseld (1967), Robert Parish (1975), Isiah Thomas e Kevin McHale (1979) e David Robinson (1987). Todos eles foram campeões da liga profissional.
Lenda dos Knicks e chuva de laranjas em São Paulo
O nono atleta dessa lista é o pivô Willis Reed, figura lendária do New York Knicks por ter liderado o time na conquista de seus únicos dois títulos, em 1970 e 1973.
Reed disputou a edição de 1963, em São Paulo. Ganhou o ouro, derrotando a seleção brasileira por 78 a 66 na decisão. Mas não antes de fugir de uma chuva de objetos atirados na quadra do ginásio do Ibirapuera.
Nos minutos finais de partida, a briga entre um brasileiro e um norte-americano deixou o público paulistano em polvorosa. "A torcida despejou em quadra laranjas, papel, sorvetes e outros detritos, atrasando a conclusão da partida", relata o site da USA Basketball, a confederação norte-americana, em sua retrospectiva dos Jogos Pan-Americanos.
Lima-2019
A seleção brasileira masculina não conseguiu se classificar para o Pan, depois de péssima campanha pela Copa América de 2017, na qual foi eliminada na fase de grupos. Das equipes inscritas, destaque para a Argentina, que levou força máxima à competição, de modo surpreendente.
Até mesmo o legendário pivô Luis Scola, campeão olímpico em Atenas-2004, está inscrito, acompanhado por jogadores de prestígio no basquete europeu, como o armador Facundo Campazzo e o ala Gabriel Deck, ambos do Real Madrid. "Está claro que somos um dos candidatos a lutar pelo ouro e assumimos isso", disse o técnico Sergio Hernández, que comandou o time na conquista do bronze olímpico em Pequim-2008.
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