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Pan 2019

Pan não vale? Ginástica crê que Brasil chegará a Mundial em nível mais alto

Equipe brasileira de ginástica artística celebra o ouro no Pan de Lima-2019 - REUTERS/Ivan Alvarado
Equipe brasileira de ginástica artística celebra o ouro no Pan de Lima-2019 Imagem: REUTERS/Ivan Alvarado

Karla Torralba

Do UOL, em Lima (Peru)

01/08/2019 04h10

O discurso de atletas e comissão técnica da seleção brasileira durante a participação da ginástica artística nos Jogos Pan-americanos era de que a competição serviria para que o país se preparasse melhor para o Campeonato Mundial da modalidade, que acontecerá em outubro e vale vaga olímpica.

Após o encerramento da participação brasileira com a melhor campanha do país na história, com boas apresentações principalmente da equipe masculina, os membros da equipe brasileira acreditam que o Pan contou muito mais e fez o Brasil ser colocado em outro patamar.

"Com o ciclo de 2020 se encerrando em Tóquio, é uma preparação muito importante [o Pan]. Espelho para o mundo de como o Brasil está nas Américas. O público muito grande prepara os atletas para as competições, e o parâmetro é excelente", ressaltou o coordenador geral de ginástica artística da Confederação Brasileira de Ginástica, Henrique Motta.

"O Brasil na disputa do masculino conseguiu fazer pontos superiores ao Mundial do ano passado. Fizeram 250 pontos superando o resultado. A equipe feminina também conseguiu pontuação boa, e isso faz a arbitragem olhar para o Brasil. Brasil e Estados Unidos são os que mais têm chance de estar em Tóquio", analisou.

O Mundial que será disputado em outubro credenciará mais 9 seleções para a Olimpíada de Tóquio. "Montamos estratégia para conquistar os melhores índices no campeonato mundial", explicou Motta.

A nota conquistada pela equipe masculina na competição por equipes, por exemplo, daria ao país a quinta colocação no Mundial do ano passado, no qual o Brasil terminou em sétimo. Por mais que o dia de amanhã seja imprevisível na ginástica, o Pan contou muito para a modalidade em termos de confiança e visibilidade.

"Depois que acabou, pelas notas, principalmente de barra, que eles [árbitros] canetam muito de nível internacional e até nota de dificuldade. O Pan é visto. Atletas acompanham também. É bem assistido, e chegamos com outra cara para o Mundial, mas a ginastica é imprevisível", ressaltou Arthur Nory, após o encerramento de sua participação no Pan com a medalha de prata na barra fixa.

Caio Souza concordou com o amigo. "O Pan fez a equipe ficar mais unida, e os resultados trarão confiança para a gente chegar no Mundial".

Exemplo de que o Pan foi sério para a preparação brasileira foi a presença de Arthur Nory na competição. Com um problema sem cura no joelho esquerdo, o ginasta fez de tudo para participar dos seis aparelhos na prova por equipes e ajudou o país a conquistar o ouro. Isso teve um motivo além do lugar mais alto do pódio. "Como é uma preparação para o Mundial, eu tinha que fazer os seis aparelhos para ajudar a equipe, porque no Mundial tem que fazer os seis aparelhos", explicou.