Sem ouro desde 1991, basquete confia em técnico que nunca treinou mulheres
A cena do Pan-Americano de 1991, com Fidel Castro se negando a entregar a medalha de ouro a Paula e Hortência, que infernizaram Cuba na final daquele ano, não é apenas um momento histórico por tudo o que cercou aquela competição em Havana há quase três décadas.
Foi o último ouro do basquete feminino brasileiro pelos Jogos Pan-Americanos. Desde então, a seleção ganhou uma prata (2007, no Rio de Janeiro) e dois bronzes (2003 e 2011), mesmo com a competição perdendo em importância. Antes, primeiro lugar em 1967 e 1971 apenas.
Para voltar aos dias de glória, a expectativa fica em cima de José Neto, técnico multicampeão com o Flamengo no masculino e contratado para comandar uma transformação da equipe nacional feminina. Para chegar ao lugar mais alto do pódio o próprio comandante, no cargo desde fevereiro, diz ter mergulhado em estudos para tentar compreender quais pontos seu trabalho precisa atacar. Seu diagnóstico foi preocupante.
"Desde que me contrataram, em fevereiro, comecei a olhar mais o basquete feminino, não só no Brasil, como fora, para saber o nível que é. É bem diferente. Você começa a entender o porquê de não ter tanto resultado em nível internacional. Realmente, estamos jogando em um nível diferente, de uma maneira diferente. Se é certo ou errado não sei, mas não está sendo suficiente para que tenha resultado internacional", disse em entrevista ao blog Bala na Cesta, do UOL Esporte.
"Se eu tenho essa função na seleção brasileira, tenho que fazer uma transformação que dê em resultado internacional. Então, é preciso mudar a maneira de jogar. Essa mudança talvez seja muito do ritmo, da intensidade, da qualidade de jogo, muito relacionada não só com o que se faz atualmente, mas com o processo de formação."
Vale a pena ficar de olho nessa "intensidade" que Neto pretende pedir da seleção e também para um começo de trajetória atribulado. Depois do Pan, o treinador e as jogadoras terão de encarar Copa América, Pré-Olímpico das Américas e Pré-Olímpico Mundial até chegar, quem sabe, às Olimpíadas de Tóquio em 2020.
"O feminino tem uma diferença de que as coisas não se resolvem tanto no físico como no masculino. Por isso acho que tem uma prioridade muito física e técnica. Todos os times jogam de modo intenso, com ritmo. O negócio é quem vai conseguir fazer isso com mais frequência, por mais tempo. É isso que a gente quer. Que o time jogue com um ritmo alto por mais tempo", analisou.
Esta será a primeira competição oficial de José Neto no comando da feminina, com um grupo que mescla a experiência das pivôs Érika e Clarissa com a juventude das pivôs Aline Moura e Stephanie, da ala Raphaella Monteiro e da armadora Lays.
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