Com dobradinha, nova geração da natação brasileira reforça potencial no Pan
Se a natação chegou, mesmo, para fazer a diferença pelo Time Brasil no quadro de medalhas do Pan-2019, dentro de sua equipe já há indícios de que essa colaboração generosa em resultados pode abranger edições futuras da competição. Nesta quarta-feira (7), a nova geração de nadadores nacionais mostrou a cara, garantindo o único ouro do dia, além de mais uma prata e um bronze.
No segundo dia de finais em Lima, Fernando Scheffer liderou uma dobradinha brasileira na final dos 200m livre. Ele triunfou com um tempo de 1min46s68, em grande arrancada nos 50 metros finais. Breno Correia terminou em segundo, com 1min47s47. Drew Kibler, dos Estados Unidos, foi o terceiro, com 1min47s71.
"Nossa seleção tem os dois extremos. O pessoal mais velho e o mais novo, que está chegando com tudo. Acho que essa renovação é muito importante, e a perspectiva para os próximos anos é muito boa", disse o campeão.
Por sinal, numa prova do rendimento dominante dos brasileiros na capital peruana, Scheffer já havia dividido pódio com um compatriota na terça-feira. Na final dos 400m livre, o gaúcho de Canoas foi prata, seguido por Luiz Altamir, bronze.
"Ontem queria ter nadado um pouco melhor, mas fiquei muito feliz com a prata. Para hoje coloquei uma estratégia um pouco diferente, de começar mais conservador. Eu me senti bem e consegui atacar no final", disse. "Não conseguia ver como estavam meus adversários, sem saber quem estava na frente ou não. Mas fiquei feliz de estar novamente no pódio com mais um brasileiro."
Depois, Vinícius Lanza, de 22 anos, foi bronze nos 100m borboleta, com 51s88. Foi uma prova parelha vencida pelo americano Thomas Shields (51s59). O guatemalteco Luis Carlos Méndez bateu em segundo, com 51s63.
Lanza celebra os novos nomes, mas faz questão de destacar a importância do convívio com os nadadores mais experientes. "É uma troca de gerações. Tem gente das gerações antigas, do Cesão, que são nossos gurus, e tem a molecada que sabe a dificuldade que é chegar a esse nível para buscar a medalha e representar o Brasil. Os gurus ajudam em tudo. Experiência pesa. Vim do meu primeiro Mundial, estou no meu primeiro Pan, e aqui vemos com eles que fazer mais vezes sempre ajuda mais a saber o que esperar", disse.
O contraste desta quarta ficou por conta do bronze conquistado por Leo de Deus nos 200m costas. Aos 28 anos, ele ainda tem muito o que render. Mas já sairá de Lima como um tricampeão pan-americano, fazendo parte de outra geração. Ele agora está na posição de mentor, observando o desenvolvimento dos mais jovens com otimismo.
"Para mim é muito legal. Eu que vim de uma geração em que aprendi muito com Nicholas Santos, com César Cielo, Thiago Pereira. Tomei muito cascudo na cabeça, eles me ensinaram bastante", disse. "Essa garotada está vindo com sede. Você vê o Fernando Scheffer campeão pan-americano, o 'Lanzinha' vindo de bons resultados, conseguiu uma medalha. É uma geração que tem a cabeça no lugar. É bem mais estruturada do que a minha."
Mais pódios
Na primeira decisão da noite, Larissa Oliveira ganhou o bronze nos 200m livre, marcando 1min59s78. Os Estados Unidos levaram ouro e prata, respectivamente com Claire Rasmus (1min58s64) e Meaghan Raab (1min58s70). Essa foi a primeira medalha individual de Pan para a brasileira, que já tinha dois pódios via revezamento na carreira. "Estou até meio boba. No último Pan saí bem frustrada dessa prova, mas nada como quatro anos para voltar e sair com essa medalha no individual. Conseguir essa medalha já é gratificante.
Larissa já poderia se dar por realizada só de chegar aos Jogos. Em março de 2017 ela sofreu um acidente de carro em São Paulo - uma árvore caiu sobre seu veículo - que acabou "dilacerando" (nas suas palavras) sua perna direita. Ela passou três semanas no hospital.
Já o revezamento 4x100m livre misto, que não faz parte do programa olímpico, foi a prova a fechar a jornada. O time brasileiro, com Breno Correia, Marcelo Chierighini, a mesma Larissa Oliveira e Etiene Medeiros liderou as três primeiras especialidades, mas acabou superado pelos Estados Unidos na perna final, com Etiene. Os norte-americanos venceram com 3min24s84, enquanto os brasileiros marcaram 3min25s97. O México veio bem atrás, em terceiro, com 3min31s36.
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