Ederson ganha ouro no Pan nos 10.000m e quer migrar para a maratona
O estádio de Videna, em Lima, pode ter visto e melhor e última apresentação internacional de Ederson Vilela Pereira nos 10.000m, a mais longa prova de pista do atletismo. Aos 29 anos, o novo campeão do Pan da distância está sendo trabalhado para ser o próximo grande nome da maratona no Brasil e pode fazer a migração já nesta temporada.
"É um plano de carreira, mas a gente ainda estava esperando acabar o Pan para tomar a decisão. É esse o momento, porque a gente costuma dizer que é muito importante passar pela pista, fazer um bom 5.000, um bom 10.000, para ter mais tranquilidade para estrear na maratona. Mas vamos sentar com o Cláudio ainda. É ele quem faz o planejamento, mas eu tenho essa vontade", admite Ederson.
Cláudio, no caso, é o técnico Cláudio Castilho, que trabalha com os corredores de fundo e de maratonas do Pinheiros, hoje principal (e praticamente único) clube que investe em atletismo no Brasil. "Vou sentar com ele e ver se ainda vou fazer uma outra prova longa esse ano, mas a tendência é estrear em maratona. Precisa só ver quando, mas tenho esse sonho."
Ederson, que já havia melhorado em quase meio minuto o melhor tempo de sua carreira esse ano, voltou a estabelecer novo recorde pessoal no Pan, vencendo com 28min27s47. Na quarta, ele chegou a liderar os 5.000m, mas errou na estratégia e terminou apenas na sétima colocação.
Depois do ouro, fez questão de lembrar que é dele a segunda melhor marca brasileira da história dos 5.000m, feita na Bélgica em 2017, em uma das raras oportunidades que teve de correr contra os melhores do mundo. Agora a expectativa é que a medalha de ouro no Pan abra portas em provas internacionais e facilite sua estreia em uma grande maratona.
Diferentemente de qualquer outra prova, nas quais um atleta de alto rendimento treina especificamente para ela durante toda a carreira, na maratona o usual é que o início seja em distâncias mais curtas, principalmente 5.000 e 10.000m. Só depois acontece a migração para as maratonas. Marilson Gomes dos Santos, por exemplo, estreou na distância mais longa aos 27 anos. Solonei Rocha, aos 28. Paulo Roberto de Paula, aos 32. Ederson está na média.
A falta de atletas de bom nível nas provas de fundo, porém, afetou a formação de maratonistas no Brasil nos últimos anos. Até 2016 o país tinha três corredores com resultados de bom nível em eventos como Mundiais e Olimpíadas: Marilson, Paulo Roberto e Solonei. O primeiro se aposentou e os outros dois até seguem em atividade, mas desde 2015 não fazem resultados abaixo de 2h13min.
No ano passado, aos 30 anos, Daniel Chaves completou sua primeira maratona, em Valência, e este ano fez resultado razoável em Londres: 2h11min10. Mesmo com índice, preferiu não vir a Lima para correr o Mundial de Doha (Qatar), quando será o único brasileiro na maratona.
Mais cedo, também em Videna, Vitória Rosa foi medalha de prata nos 200m rasos. Ao completar a prova em 22s62, ela também bateu o seu recorde pessoal.
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