Com ouro inédito, Rafaela vira referência e reivindica ser porta-bandeira
A judoca Rafaela Silva conseguiu um feito inédito com a medalha de ouro conquistada ontem (9) no Pan de Lima, no Peru. A carioca se tornou a primeira mulher na história do esporte brasileiro a conseguir ser campeã mundial, olímpica e pan-americana. Antes dela, entre os atletas de esportes individuais, apenas Robert Scheidt (vela), César Cielo (natação) e Arthur Zanetti (ginástica) haviam conseguido a "tríplice coroa".
O feito de Rafaela é apenas mais um passo na carreira de uma judoca que vem se tornando referência de uma geração. A equipe do judô brasileiro que participa do Pan é composta por atletas com pouca experiência, e Rafaela, de 27 anos, se tornou a protetora deles.
"Eu também cheguei muito nova [à seleção] e os mais experientes me acolheram, então o que puder fazer por eles está valendo", afirmou a judoca ao ser questionada sobre seu papel de orientadora dos mais jovens. Ela tem chamado a atenção para que seus companheiros não se deslumbrem com o ambiente olímpico.
"Nessas competições, a vila olímpica tem muitas distrações. Temos que ter um olhar mais concentrado para não dispersar muito. Isso pode ajudar bastante", afirmou a atleta, que fez questão de participar do Pan mesmo tendo a possibilidade de se ausentar para focar no Mundial de Judô, que acontece a partir de 25 de agosto em Tóquio.
Após uma prata (Guadalajara-2011) e um bronze (Toronto-2015), o ouro de Rafaela no Pan de Lima agora se junta a uma prateleira dourada, ao lado do ouro olímpico na Rio-2016 e do ouro no Mundial de 2013, também no Rio. Horas depois de sua conquista, aliás, a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) revelou que, na final em Lima, ela vestiu o mesmo quimono de três anos atrás.
Sua mentoria na seleção vem dando resultados. Os seis judocas que já lutaram em Lima conseguiram cinco medalhas (três de ouro, uma de prata e outra de bronze). A competição ainda tem mais dois dias de disputa.
Ao ser questionada sobre o que ainda falta conquistar, Rafaela parou por alguns segundos para pensar antes de dizer que pretende seguir ganhando ouros "não importa em qual campeonato." Mas fez também uma reivindicação incomum: deseja ser porta-bandeira da delegação brasileira na festa de encerramento do Pan.
"Quero mostrar pro Brasil o trabalho que eu venho fazendo. A gente carrega o Brasil nas costas e pelo trabalho que a gente vem fazendo no Pan eu ficaria muito feliz de ser porta-bandeira", disse ela.
A cerimônia de encerramento do Pan acontece no amanhã, às 20h30 (de Brasília). O COB ainda não divulgou quem levará a bandeira brasileira na ocasião. Na abertura, a missão coube às velejadoras Martine Grael e Kahena Kunze.
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