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Pan 2019

Pan-2019: com dia de 27 pódios, Brasil deve garantir 2º lugar após 56 anos

Estrela olímpica, Rafaela Silva ganhou o ouro pela primeira vez no Pan - Wander Roberto/COB
Estrela olímpica, Rafaela Silva ganhou o ouro pela primeira vez no Pan Imagem: Wander Roberto/COB

Do UOL, em São Paulo

10/08/2019 00h53

No antepenúltimo dia de competições pelo Pan de Lima-2019, o Time Brasil teve, de longe, sua jornada mais vencedora e produtiva pelo evento, praticamente garantindo a vice-liderança do quadro de medalhas.

Se os Estados Unidos estão realmente num outro patamar, a delegação nacional ao menos tratou de se distanciar do restante da concorrência. Foram conquistados, nesta sexta-feira (9), dez ouros e um total de 27 medalhas na capital peruana. Antes, havia apresentado sete ouros e 16 medalhas como seu melhor desempenho até aqui, no domingo passado (4).

Terminar com o segundo lugar no geral é algo que não acontece desde a edição de 1963, quando os Jogos vieram para São Paulo, diga-se. Outros tempos: àquela ocasião, o Brasil terminou com 14 ouros e 52 pódios. Mais de 50 anos depois, os números parecem astronômicos: 46 ouros e 142 pódios, enquanto 30 nações são representadas com ao menos um medalhista.

Os brasileiros têm agora 15 ouros de vantagem sobre o Canadá e 17 para o México. Os dois países norte-americanos dificilmente podem zerar essa diferença. A essa altura, os brasileiros brigam, mesmo, para chegar ao seu recorde de ouros pela competição: 52, também obtidos em casa, no Rio-2007.

Revezamento 4x100m masculino no Pan - Luis ACOSTA/AFP - Luis ACOSTA/AFP
Os campeões do mundo não decepcionaram no revezamento 4x100m
Imagem: Luis ACOSTA/AFP

Numa comparação com as últimas edições, os números de Toronto-2015 (42 ouros e 141 pódios) e Guadalajara-2011 (48 ouros e 141 medalhas) ou já foram batidos ou estão prestes a ser.

Do atletismo à pelota basca

Nas contas desta sexta, o Time Brasil obteve medalhas com 11 modalidades, um papel de uma potência continental. Foi dos tradicionais atletismo, natação e judô a um improvável bronze na pelota basca por Filipe Otheguy, um atleta que nunca pisou em solo brasileiro.

O atletismo, por sinal, foi a modalidade mais vitoriosa do dia, com três ouros - a dobradinha no revezamento 4x100m e o surpreendente Ederson Vilela nos 10.000m, uma prova de grande tradição para o país em Pans. Foi o primeiro resultado expressivo do paulista de Caçapava, de 29 anos, nessa distância. Também pode ser o último, já que ele pensa em fazer a transição para a maratona.

Ederson Vilela no Pan - Henry Romero/Reuters - Henry Romero/Reuters
A emoção de Ederson Vilela já é um dos momentos brasileiros neste Pan
Imagem: Henry Romero/Reuters

O judô festejou o ouro de Rafaela Silva (até 57kg) muito mais por ver a carioca lutando em alto nível novamente, retomando o rumo pós-Rio-2016 (nas palavras dela própria, aliás), do que por ser seu único triunfo no dia. Daniel Cargnin foi prata (até 66kg) e Jeferson Santos Júnior, bronze (até 73kg).

Na piscina, outra estrela brasileira correspondeu: Bruno Fratus, soberano nos 50m livre. Etiene Medeiros completou uma dobradinha nessa distância. O revezamento 4x200m livre também subiu ao lugar mais alto do pódio. Em outra prova tradicionalmente forte para a natação nacional, os 400m medley, Leonardo Santos e Brandonn Almeida foram ao pódio em segundo e terceiro, respectivamente, atrás do americano Charles Swanson.

Patrícia Freitas no Pan - Guillermo Arias / Lima 2019 - Guillermo Arias / Lima 2019
A tricampeã pan-americana Patrícia Freitas. A vela não falha
Imagem: Guillermo Arias / Lima 2019

Outra fonte generosa de medalhas, a vela rendeu dois ouros, uma prata e um bronze em seu primeiro dia de "medal races". Patricia Freitas se tornou tricampeã pan-americana na RS:X. Gabriel Borges e Marco Grael venceram a 49ers. Neste sábado vai ter mais.

Por fim, no hipismo, Marlon Zanotelli ganhou um ouro inédito na prova individual de saltos do Pan. Os cavaleiros brasileiros fizeram grande campanha na capital peruana, abrindo diversas vagas para Tóquio-2020.

Leia também sobre as medalhas de BMX, caratê, esgrima, luta livre e remo.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Ao contrário do que foi informado anteriormente, 18 nações subiram ao pódio em 1963. Os dados são do livro "Louco por ti América".