Daiane relembra racismo: 'Não queriam lavar as mãos no mesmo banheiro'
No dia em que é comemorada a Consciência Negra, data que marca a morte de Zumbi dos Palmares, a ex-ginasta brasileira Daiane dos Santos relembrou situações de racismo e preconceito que enfrentou durante sua carreira.
"No primeiro clube que entrei, tinham ali mães de meninas e as próprias meninas que não queriam ficar perto de mim. Não queriam lavar as mãos no mesmo banheiro, frequentar o mesmo ambiente. De alguma forma queriam me mostrar que aquele não era o meu lugar", recordou em entrevista ao Globoesporte.
Segundo ela, muitos técnicos não queriam treiná-la e chegaram a sugerir que ela fizesse atletismo, pois era forte. "Tem gente que fala que é mimimi, que não existe racismo. Eu tenho certeza que estas pessoas não suportariam por um dia o que precisamos lidar", afirma.
Para ela, a data é um dia de reflexão, no qual todos deveriam pensar em seus atitudes. "A cor não diz se ela é boa ou ruim, se tem capacidade ou não de atingir um objetivo. Poder ser candidato a uma vaga, entrar numa faculdade ou conquistar um cargo alto dentro de uma empresa. O caráter, sim, é o que diz o que ela pode ou não ser."
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