Helicóptero de Kobe é "case" em segurança, e fabricante apoia investigação

A investigação sobre as causas do acidente aéreo que vitimou o astro do basquete Kobe Bryant, 41, e mais oito pessoas - entre elas sua filha Gianna Bryant, de 13 anos - passa pelo entendimento das condições operacionais do helicóptero que realizava o trajeto do grupo entre as cidades de Orange e Newbury Park, no estado da Califórnia, onde o ex-jogador iria acompanhar um jogo da filha, que sonhava em ser jogadora profissional de basquete.

- Saiba quem foram as outras vítimas

Em Calabasas, cidade da região metropolitana de Los Angeles, numa região montanhosa, o veículo colidiu com uma colina enquanto fazia uma curva e explodiu em chamas. Ninguém sobreviveu. Era um dia de "denso nevoeiro" e "pouca visibilidade", então as condições climáticas adversas, além de possíveis fatores humanos e questões de segurança do helicóptero são as principais esferas de investigação.

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O helicóptero é um modelo Sikorsky S-76B fabricado em 1991, com capacidade para 16 passageiros, sendo dois tripulantes. No caso do acidente com Kobe Bryant havia nove pessoas a bordo. A aeronave tem um forte histórico de confiabilidade, segundo disse o analista de aviação Miles O'Brien à "CNN": "É bimotor, é confiável, é seguro, é capaz. É um "burro de carga" (tradução livre). É o Lincoln Town Car (limusine blindada) voador para executivos, referência na aviação corporativa."

O modelo "S-76" é fabricado desde 1977 pela Sikorsky Aircraft Corporation, empresa com sede em Connecticut que é uma das pioneiras em desenvolvimento de helicópteros desde os anos 1920 - as Forças Armadas do Brasil possuem quatro modelos desta fabricante em sua frota.

Em 2015, a empresa foi comprada pela Lockheed Martin, de Maryland, que prometeu colaborar nas investigações sobre o acidente que matou Kobe Bryant. Até agora a empresa divulgou somente uma nota oficial a respeito do caso:

Estendemos nossas mais sinceras condolências a todos os afetados pelo acidente de hoje (26) com o Sikorsky S-76B em Calabasas, Califórnia. Entramos em contato com o NTSB (Conselho Nacional de Segurança dos Transportes) e estamos prontos para fornecer assistência e suporte às autoridades investigativas e ao nosso cliente. A segurança é a nossa prioridade; se houver alguma descoberta acionável da investigação, informaremos nossos clientes do S-76.

Segundo a Lockheed Martin, helicópteros deste modelo são utilizados para diversos fins ao redor do mundo. Há 875 unidades em circulação que registraram mais de 7,4 milhões de horas de voo.

Transporte executivo, companhias aéreas, corporações, hospitais, buscas e resgates, missões bélicas, apoio em plataformas de petróleo e gás e governos são alguns exemplos. Mais de 10% dos voos de aeronaves do tipo são feitos em condições críticas, segundo informa a empresa.

A Rainha Elizabeth II, do Reino Unido, já fez uso em tours da realeza em ocasiões específicas. A aeronave com a qual Kobe se acidentou, aliás, pertenceu entre 2007 e 2015 ao estado americano de Illinois para transporte de autoridades. Até que o governador Bruce Rauner decidiu vender a frota de aeronaves por causa da crise financeira local em leilão.

Quem comprou foi a Island Express Holding Corp, da cidade de Van Nuys, na Califórnia, por R$ 2,2 milhões, segundo valores da época. A empresa mudou o número da cauda para N72EX, que é o identificador usado até o momento da queda. Havia uma espécie de "aluguel" a Kobe Bryant, que patrocinou até mesmo uma decoração customizada na ocasião de seu último jogo, em abril de 2016, mas outras celebridades também usaram o mesmo veículo nos últimos anos, como o ator Lorenzo Lamas e a cantora Ashanti.

Local do acidente de Kobe Bryant

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Visão aérea da região do acidente que matou Kobe Bryant

MARK RALSTON/AFP

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Visão aérea do local do acidente de helicóptero em que Kobe Bryant estava

KYLE GRILLOT/REUTERS

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Região do acidente aéreo que matou Kobe Bryant

Jayne Kamin-Oncea/USA TODAY Sports

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Oficiais investigam a cena do acidente aéreo que matou Kobe Bryant

RINGO CHIU/REUTERS

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Fãs de Bryant observam o local do acidente de helicóptero

MARK RALSTON/AFP

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Fãs de Kobe Bryant observam região do acidente aéreo

GENE BLEVINS/REUTERS

Pouco se sabe sobre a Island Express Holding Corp, que não se manifestou publicamente e até agora não respondeu aos contatos de jornalistas. Uma versão em cache do site da empresa, em julho de 2019, anuncia voos, fretamentos e passeios aéreos com o Sikorsky S-76B.

Já houve oito acidentes envolvendo o S-76B antes de domingo, mas apenas dois envolveram mortes ou ferimentos graves a pessoas a bordo. Kobe Bryant começou a usar helicópteros, segundo ele, para ter mais tempo com as filhas.

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