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"Atletas estão bem preparados para Olimpíadas", diz vice-presidente do COB

Homem com máscara de proteção passa pelo logo da Olimpíada de Tóquio - ISSEI KATO
Homem com máscara de proteção passa pelo logo da Olimpíada de Tóquio Imagem: ISSEI KATO

Da Agência Brasil

18/03/2020 08h01

O vice-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e chefe da missão do Time Brasil em Tóquio, Marco Antonio La Porta, disse que o país deve chegar aos Jogos Olímpicos com mais de 280 atletas. A gente conta com a torcida de todos. Nossos atletas estão muito bem preparados e animados", afirmou. O governo japonês descarta a possibilidade de cancelamento das competições por causa da pandemia de coronavírus.

A estimativa do COB deve se se confirmar em meados de junho, poucos dias antes do embarque da delegação para o Japão. Isso porque algumas modalidades ainda precisam passar por disputas classificatórias. O chefe da missão brasileira nos Jogos contou ao programa Impressões, da TV Brasil, que vai ao ar hoje (18), às 23h, como a equipe verde-amarela está se preparando para o evento.

A meta, segundo ele, é manter o Brasil no patamar conquistado nos Jogos do Rio, quando a equipe teve o melhor resultado da história em Olimpíadas. Os brasileiros ficaram em 13º lugar no quadro de medalhas, com 19 posições nos pódiuns, sendo sete medalhas de ouro.

"A gente acredita que possa, se não superar o resultado do Rio, chegar muito próximo. Fizemos 17 [medalhas] em Londres e 19 no Rio. Se passar de 20, ótimo. A gente vai realmente ter atingido um objetivo que só a Grã-Bretanha atingiu: depois de organizar os Jogos, conseguir um resultado melhor nos seguintes, fora de casa", disse.

Para garantir a meta, um trabalho intenso de preparação, tanto de atletas, quanto do quadro técnico, vem sendo feito desde o anúncio de Tóquio como sede das próximas disputas. Atualmente, 177 atletas estão classificados. O COB tem buscado garantir as condições para que esse grupo continue treinando para o Japão, além de apoiar as equipes que ainda precisam garantir vagas.

"Fizemos um estudo e os piores resultados do Brasil foram em Jogos realizados na Ásia e na Oceania. Principalmente por causa da questão do fuso horário, da alimentação e do deslocamento. A gente tentou minimizar esses desafios". Em conversa com a jornalista Katiuscia Neri, La Porta detalhou as medidas que incluem o treinamento de cozinheiros japoneses para o preparo de comida tipicamente brasileira até a construção de nove bases de aclimatação para as equipes chegarem antes do previsto e se acostumarem com a diferença de horário entre os países.

"Tudo o que a gente tentou foi minimizar o impacto para o atleta. Ele vai conseguir chegar no dia [da competição] bem alimentado, com tudo o que ele gosta de comer, adaptado ao fuso", disse.

Enquanto atletas de todo o mundo só podem entrar na vila olímpica no Japão de cinco a sete dias antes da primeira competição, a equipe brasileira poderá chegar, no mínimo, 10 dias antes, ficando em uma das bases montadas pelo COB. Isso vai garantir mais tempo para se adaptarem ao cenário dos Jogos. "Ele vai ter toda a estrutura de treinamento, com fisioterapeuta, massagista, treinador e alimentação brasileira", observou La Porta.

Toda essa estrutura de apoio, montada tanto em território nacional quanto em Tóquio, ocorre em meio à pandemia do coronavirus, que tem levado autoridades em diversos países a suspender eventos esportivos. La Porta admite que o cenário têm prejudicado atletas, que não podem disputar competições que serviriam como treinamento e até classificação para os Jogos Olímpicos. Mas, mantendo contato permanente com o Comitê Olímpico Internacional (COI) e com o comitê preparatório do Japão, o chefe da missão brasileira aposta na manutenção das Olimpíadas deste ano.

"A sinalização deles é de absoluta tranquilidade da realização dos Jogos, com a data prevista começando em 24 de julho e terminando em 9 de agosto. A ideia é que o pico do problema já tenha passado. Não estão trabalhando nem com medidas restritivas".

Novas Modalidades

O Brasil tem medalhas em 16 modalidades olímpicas tradicionais. Este ano, com a entrada de novos esportes - surf, skate, escalada, karatê e o baiseball - a participação brasileira nos pódiuns pode ser ampliada.

"Temos algumas modalidades que costumamos chamar de contribuintes do quadro de medalhas. São aquelas modalidades que nunca falham com a gente - voleibol, vela, judô e natação, que constantemente vão ganhando medalhas. Com a entrada do surf e do skate, a gente deve ter mais duas modalidades acrescentadas a essa lista de contribuintes".

No surf, Gabriel Medina e Ítalo Ferreira são as grandes apostas, mas o país também espera boas surpresas no karatê. Entre as conquistas tradicionais, a expectativa recai sobre disputas como a do futebol masculino, que vai tentar manter o título olímpico conquistado no Rio.