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Campeão olímpico com covid-19 faz relato emocionante e pede Jogos adiados

Medalhista olímpico e recordista mundial, o sul-africano Cameron Van Der Burgh faturou os 100m peito em Dubai - AFP
Medalhista olímpico e recordista mundial, o sul-africano Cameron Van Der Burgh faturou os 100m peito em Dubai Imagem: AFP

Do UOL, em São Paulo

22/03/2020 20h19

Cameron van der Burgh, campeão olímpico dos 100 metros peito em Londres 2012, usou seu perfil no Twitter para compartilhar algumas observações pessoais a respeito da saúde dos atletas, a Olimpíada de Tóquio 2020 e sua própria experiência com a covid-19. O nadador foi diagnosticado com a doença causada pelo novo coronavírus há 14 dias.

"De longe, o pior vírus que já sofri, apesar de ser um indivíduo saudável, com pulmões fortes (não fumar/praticar esporte), viver um estilo de vida saudável e ser jovem (com menos risco demográfico)", começou escrecendo Cameron.

O atleta disse que, apesar de já ter superado os sintomas mais graves, como a febre, ainda lida com o cansaço e a tosse. Além disso, Cameron contou que qualquer atividade física, como caminhar, o deixa exausto.

"A perda de condicionamento corporal foi imensa e só pode ser sentida pelos atletas que contraem a covid-19, pois sofrerão uma grande perda de condicionamento atual durante o último ciclo de treinamento. A infecção mais próxima da competição é a pior", considerou.

Hoje, o Comitê Olímpico Internacional (COI) decidiu iniciar as discussões para que os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 sejam adiados e não comecem na data prevista de 24 de julho. Esse foi um dos pontos que Cameron considerou em relação à pandemia.

"Os atletas continuarão treinando, já que não há esclarecimentos sobre os Jogos de verão e, portanto, estão se expondo a riscos desnecessários - e aqueles que contraem tentarão voltar ao treinamento, provavelmente aumentando/prolongando o tempo de dano/recuperação", disse o nadador.

Por fim, Cameron van der Burgh pediu cuidado e deixou um recado: "Saúde vem em primeiro lugar - covid-19 não é brincadeira!".

Após a reunião extraordinária de hoje, o próprio COI se deu quatro semanas, pouco menos de um mês, para que a decisão final seja tomada. Nesse meio tempo, deve alinhar os interesses de federações, comitê olímpicos, detentores dos direitos de televisão, patrocinadores, do governo japonês e de dezenas ou centenas de outros envolvidos.