O que será da Fórmula 1 na TV brasileira após acordo com a Rio Motorsports
A Fórmula 1 confirmou hoje (25) que a Rio Motorsports adquiriu os direitos de transmissão da competição para o Brasil entre 2021 e 2025. Agora, enquanto busca uma emissora para exibir a categoria, a empresa terá de enfrentar a rejeição de parte do mercado a ela. Enquanto isso, já negocia um modelo de negócio com possíveis patrocinadores.
Segundo apurou a reportagem do UOL Esporte, a Disney, dona da ESPN e da Fox Sports no Brasil, disse à Liberty Media, empresa que comanda a Fórmula 1, que teve problemas com a Rio Motorsports com os direitos da MotoGP.
Assim como aconteceu com a Fórmula 1, a Rio Motorsports adquiriu os direitos de transmissão da MotoGP no Brasil no início do ano, após desistência do Grupo Globo. Após fechar contrato em fevereiro, a empresa repassou as corridas para o Fox Sports. Três meses depois, após a fusão com a Fox ser aprovada no Brasil, a Disney iniciou os pagamentos pelos direitos.
Porém, mês passado, o conglomerado americano descobriu que o valor pago à Rio Motorsports não era repassado pela empresa para a MotoGP, o que quase fez com que as corridas deixassem de ser transmitidas no território brasileiro.
Para resolver o impasse, a Disney entrou em contato com a Dorna, promotora e dona da categoria, e fechou um contrato de seis anos, sem intermédio da Rio Motorsports. Mas as garantias contratuais envolvidas no negócio foram o bastante para que Liberty Media aceitasse fechar acordo pela cessão da Fórmula 1.
A rejeição que a Rio Motorsports enfrenta em parte do mercado nacional também tem a ver com sua tentativa de adquirir o Fox Sports. Segundo a Disney, a empresa nunca entregou garantias financeiras para efetuar a compra, e o CADE teve a mesma interpretação no julgamento realizado em maio.
Por tudo isso, é improvável que a Fórmula 1 tenha os canais da Disney como destino a partir do ano que vem. A Rio Motorsports procura parceiros em TV por assinatura, streaming e TV aberta e não descarta negociar os direitos com a Globo, que acaba de desistir de transmitir a categoria.
Se a emissora carioca aceitar o novo modelo, será considerada pela Rio Motorsports a parceira ideal por dois motivos. O primeiro é a visibilidade que oferecida para os eventos, e o segundo é a tradição que o canal já tem com o fã da categoria. A Globo está disposta a negociar. Neste ano, a Globo faturou R$ 498 milhões apenas com patrocínio de marcas, como a empresa automobilística Renault. Na renovação, a Globo ofereceu 20 milhões de dólares. A Liberty Media queria pelo menos US$ 22 milhões.
Mas outras TVs abertas estão de olho. A reportagem apurou que SBT e Band já foram procuradas pela Rio Motorsports para iniciar conversas e negociações sobre a Fórmula 1. As duas veem com bons olhos a possível chegada da categoria, principalmente pelo faturamento que podem conseguir com anunciantes. Ambas vivem um momento de retomada de investimentos esportivos. A primeira comprou a Libertadores, enquanto a segunda fechou direitos do Campeonato Italiano e do Campeonato Alemão e retomou o clássico "Show de Esporte" aos domingos.
Enquanto isso, empresas que adquiriram cotas comerciais na Globo neste ano já entraram em contato com a Rio Motorsports para saber como vai funcionar o patrocínio para a categoria. A empresa espera faturar até R$ 600 milhões por ano com esse novo modelo de negócio.
O modelo que a Rio Motorsports quer usar é o de sociedade na transmissão. A emissora que fechar adquirir os direitos da Fórmula 1 paga um valor mínimo, e em contrapartida expõe também os patrocinadores da empresa. O modelo foi o mesmo adotado pelo SBT na transmissão da Libertadores.
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