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Treinos e publicidade: por que Cultura avançou e está próxima de fechar F-1

Lewis Hamilton é o maior vencedor da história da Fórmula 1: categoria deve ir para a Cultura após sair da Globo neste ano - Jose Sena Goulao - Pool/Getty Images
Lewis Hamilton é o maior vencedor da história da Fórmula 1: categoria deve ir para a Cultura após sair da Globo neste ano Imagem: Jose Sena Goulao - Pool/Getty Images

Gabriel Vaquer

Colaboração para o UOL, em Aracaju

30/10/2020 04h00

A TV Cultura de São Paulo é neste momento a favorita para exibir, a partir da temporada 2021, a Fórmula 1 em televisão aberta para todo o Brasil. A Rio Motorsports, empresa que virou a dona no país dos direitos da principal categoria do automobilismo, tem uma reunião marcada para o início da semana que vem com a emissora pública que pode ser decisiva para o fechamento do contrato.

Três fatores são considerados primordiais para a Cultura conseguir o acordo: plano de cobertura, publicidade e, principalmente, a exibição dos treinos que definem o grid de largada.

A reportagem do UOL Esporte apurou que a Cultura foi a que mais gostou da ideia de exibir a categoria entre as empresas procuradas pela Rio Motorsports, que ofereceu a Fórmula 1 para diversas emissoras abertas - entre elas, a própria Globo, além de Record, SBT e Band.

A emissora da Fundação Padre Anchieta ofereceu um plano de cobertura total, incluindo o retorno da exibição em TV aberta dos treinos que definem as posições dos grandes prêmios, em sessão que acontecem no sábado.

Desde 2014, a Globo só exibia um compacto de cinco minutos da prática classificatória, dentro do programa "É de Casa", fato que desagradou a Liberty Media desde quando o grupo comprou a categoria, em 2016.

Manter a exibição das corridas em TV aberta e conseguir uma emissora que topasse uma transmissão dos treinos nas manhãs de sábado era algo que a Rio Motorsports tratava como prioridade nas conversas, até para agradar a sua parceira internacional.

Outro ponto que agradou foi o plano de cobertura da Cultura, que promete manter um correspondente internacional, assim como a Globo fez por anos, nas coberturas in loco das corridas em todo o mundo, além de promessa de propaganda durante a programação da emissora pública - hoje, a quinta mais vista em audiência na Grande São Paulo, o principal mercado de televisão do país e referência para investimentos em publicidade na TV brasileira.

Falando sobre anunciantes, a Cultura também não se opôs e pretende exibir as marcas parceiras da Rio Motorsports e da Liberty Media durante a transmissão da Fórmula 1, algo que a Globo, por exemplo, nunca topou fazer. A emissora pública, de acordo com o andamento das conversas, também terá liberdade para fechar contratos com patrocinadores próprios através de cotas publicitárias - parte deste valor deve ir para os cofres da Rio, e consequentemente, da Liberty Media.

O que anima bastante o Esporte da Cultura é que o negócio está sendo tocado pessoalmente por José Roberto Maluf, presidente da TV Cultura desde o ano passado e executivo que trabalhou por algum tempo no SBT. Maluf, inclusive, admitiu que as conversas caminham bem e que a chance de o contrato ser celebrado é bem alta.. A reportagem do UOL apurou que uma conversa no início da semana que vem, em São Paulo, é dada como chave para o acerto.

Vale ressaltar que o acordo com a Cultura seria apenas para TV aberta. A Rio Motorsports procura uma parceria para TV por assinatura e streaming a partir do ano que vem. Na TV paga, a Disney mudou o seu posicionamento. A empresa americana ainda tem interesse e negociará com a Rio Motorsports mesmo após a celeuma que teve em relação aos direitos da Moto GP.

Na ocasião, a Disney descobriu que a empresa não repassava para a Dorna, organizadora da competição, os valores pela transmissão da categoria. A Disney, então, negociou um contrato de cinco anos para exibição com a Moto GP, sem intermediação. Em streaming, nenhum alvo ainda foi definido, mas é fato que a Liberty Media lançará em breve no Brasil a F1 TV, a plataforma própria da categoria.

A temporada atual da Fórmula 1 termina em dezembro desde ano. Logo no último ano dos direitos da categoria com a Globo, Galvão Bueno não poderá narrar nenhuma corrida, por ser do grupo de risco do novo coronavírus. A orientação na emissora é dar um tratamento digno, até o fim, para a temporada.

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