De vacina à política: oito vezes que Neto ultrapassou a barreira do esporte
Apresentador da Bandeirantes e ídolo do Corinthians, Neto não limita seus afiados comentários ao futebol. De críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a 'declaração de amor' à jornalista Andreia Sadi, da GloboNews, o ex-jogador tornou um hábito quebrar a barreira do esporte.
Por isso, o UOL Esporte separou oito momentos em que o Craque Neto ultrapassou as quatro linhas, todas em 2020. Confira:
"País de maricas"
Neto criticou o presidente Jair Bolsonaro por chamar o Brasil de "país de maricas", em evento no Palácio do Planalto. Na ocasião, o político falava sobre a pandemia de coronavírus.
Incomodado, o ex-jogador interrompeu o debate sobre a vitória do São Paulo sobre o Flamengo, por 2 a 1, pela Copa do Brasil, para repreender Bolsonaro.
"Quando o presidente fala que somos um país de maricas, como você pode acreditar no povo? Como você pode acreditar que o povo é trabalhador, que estamos passado uma fase desgranhenta, as pessoas arrebentando para trabalhar.... Nós somos um povo de maricas. Muito pelo contrário, até porque quem é homofóbico não sabe o que é ser gay, hétero, um país de racistas, que nós somos. Aí um presidente vem e fala isso", disparou Neto.
"Estupro Culposo"
Neto também subiu o tom ao comentar o caso da influenciadora digital Mariana Ferrer. Inconformado com a sentença de "estupro culposo", o apresentador pediu justiça e ações fora da web.
O The Intercept divulgou um trecho do julgamento em que o empresário André Aranha foi absolvido da acusação de estupro, que causou indignação e uma série de protestos nas redes sociais.
"Estupro culposo, tá de sacanagem? Esse país não tem vergonha na cara? O mundo tem que ser igual para todos. Esse país não pode passar vergonha no mundo inteiro. Estupro culposo é o caramba. A gente tinha que sair na rua. Não é só no Instagram que se protesta. Temos que fazer mais. Eu estou aqui para falar de futebol, mas é uma indignação incrível com esse caso", falou o ex-jogador.
Caso Robinho
Outro caso que revoltou Neto envolveu o atacante Robinho, condenado em primeira instância na Itália por estupro coletivo. Contrário a contratação do jogador pelo Santos, o apresentador afirmou que "não é por que é celebridade que pode fazer o que quiser da vida".
"Animal não faz isso. Não é por que é famoso, celebridade, que pode fazer o que quiser da vida. Ninguém pode fazer isso. E condenado é condenado. Lei é lei para todo mundo. Não é porque é jogador de futebol, não", falou Neto em edição do "Baita Amigos".
Após diversas pressões, inclusive de seus patrocinadores, o Alvinegro Praiano suspendeu o contrato com Robinho.
Vacinação obrigatória
Além dos programas da Band, Neto também usa seu canal no YouTube para comentar temas fora das quatro linhas. Recuperado da covid-19, o ex-jogador defendeu a vacinação obrigatória.
"O mais importante é o ser humano. Eu topo. Se vier da China, tem que ser obrigatória para o mundo inteiro, para extinguir. Tem que ser obrigatório para o mundo inteiro. Na hora que vierem as doses, eu tomo as duas, principalmente da China. Não tem política, não tem partido, não tem direita nem esquerda. Eu tomo as vacinas", disse.
Neto foi diagnosticado com covid no fim de setembro e chegou a ser hospitalizado. O apresentador teve "dores agudas dos pés à cabeça" e admitiu ter subestimado a doença. Desde a volta à emissora, o ex-jogador alerta seus expectadores sobre o coronavírus.
Entrevista? Só de máscara
Antes mesmo de contrair a covid, Neto já se atentava para as medidas de prevenção da doença. Em edição do "Os Donos da Bola", o apresentador interrompeu uma entrevista com torcedores do Corinthians por estarem sem máscara.
"Vem cá para mim! Vem cá para mim! Vem cá para mim! Só vai dar entrevista de máscara. Não vai dar entrevista sem máscara, senão a gente está errado. Não estou certo? Coloca a máscara que eles entram", falou o ídolo alvinegro na ocasião.
Mais tarde, o repórter Fernando Fernandes voltou ao ar e conversou com um dos corintianos, agora usando máscara. Na sequência, ele entrevistou outro grupo de torcedores, todos mascarados.
Afastamento de Witzel
O afastamento imediato de Wilson Witzel (PSC), em agosto, do cargo de governador do Rio de Janeiro por suspeita de fraudes foi mais um tema a despertar a língua afiada de Neto. Na ocasião, o apresentador afirmou que os mandatários cariocas passam tornozeleiras no momento da posse.
"Lá no Rio de Janeiro, quando o governador vai passar a faixa para o outro, não passa, passa a tornozeleira. (...) As faixas de governador do Rio de Janeiro estão cheias de naftalina. As tornozeleiras, todas novas", disparou Neto.
Elogios a Andréia Sadi
Na Bandeirantes há cerca de 20 anos, Neto não se priva de elogiar ao vivo profissionais de emissoras concorrentes. Recentemente, o apresentador "se declarou" para a jornalista Andréia Sadi, da GloboNews.
"Andréia Sadi, a melhor que tem. Eu amo você. Não te conheço, mas acompanho você no Instagram e nas matérias há muito tempo. Você é uma das melhores jornalistas desse país. Uma baita jornalista da GloboNews", falou o ex-jogador.
Em suas redes sociais, Sadi - que está grávida de gêmeos - disse ter se "tremido toda" com os elogios do "fenômeno" Neto.
"Eu não tenho nem roupa para um elogio do craque, ídolo, gigante brasileiro que é o Neto. Eu que lute para superar o susto", escreveu.
Solidariedade à repórter da Globo
Em junho, também no "Os Donos da Bola", Neto prestou sua solidariedade à jornalista Mariana Araújo, da Globo, que foi feita refém por um homem armado na sede da emissora carioca, localizada na zona sul do Rio de Janeiro.
"Vamos todos nós repudiar, de uma maneira bem convicta e forte, o que está acontecendo com os jornalistas, principalmente da Rede Globo. Quando é aqui, a gente defende aqui. Vamos defender todo mundo. É um absurdo aquele cara pegar a faca em cima da Mariana, que é uma baita jornalista", falou Neto, que cobrou as autoridades responsáveis:
"Quer dizer que a imprensa é culpada do que o governo faz? Quer dizer que a imprensa é culpada pela covid-19? Não é assim não. Vai precisar morrer alguém para tomar uma atitude em relação a isso? Será que as pessoas não podem ter o entendimento que os jornalistas estão trabalhando, que a imprensa está trabalhando? É um absurdo o que fizeram com a menina. Não me interessa se é na Globo, na RedeTV, na Record... Não pode acontecer isso. Alguém tem que tomar providências", completou.
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