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Neto chama Jorge Jesus de racista e exalta atitude de Neymar

Neto parabeniza Neymar por protesta contra racismo em jogo do PSG - Reprodução/Band
Neto parabeniza Neymar por protesta contra racismo em jogo do PSG Imagem: Reprodução/Band

Colaboração para o UOL, em São Paulo

09/12/2020 13h49

Apresentador do "Os Donos da Bola", Neto abriu o programa de hoje com uma reflexão sobre o papel do futebol no combate ao racismo. O ex-jogador parabenizou Neymar pela postura no jogo entre Paris Saint-Germain e Istanbul Basaksehir, ontem, pela Liga dos Campeões, e chamou o técnico Jorge Jesus de racista.

Após um caso de racismo envolvendo o quarto árbitro, o romeno Sebastien Coltescu, atletas de PSG e Istanbul abandonaram o campo. A partida será reiniciada hoje, às 14h55 (de Brasília), com outra equipe de arbitragem. No momento da paralisação, o jogo estava 0 a 0.

"Parabéns ao Neymar. Parabéns ao Mbappé. Eu acho que daí começa a fluir determinadas coisas em relação a quem é racista. A gente tem um mundo racista. Nesse momento, a gente tem que aplaudir. Quem sabe os nossos filhos e netos possam usar da bondade de partir para cima desse Sebastien, de quem acha que não existe racismo", disse Neto.

"Pela primeira vez eu vejo o Neymar se pronunciando de uma maneira legal. É bonito, é legal ver", completou.

O apresentador ainda chamou Jorge Jesus, técnico do Benfica, de racista por falar, em entrevista coletiva, que "está muito na moda isso de racismo".

"A entrevista do Jorge Jesus mostra o tanto que ele é racista. Algum branco foi vendido? Algum branco foi escravizado? Aí é um pensamento dele, e a gente tem que transformar numa outra visão, colocando as mulheres para trabalhar, os negros, os brancos, os japoneses, os bolivianos... Isso que a gente tem que fazer", disparou.

Para Neto, o futebol "pode ajudar muito" no combate ao racismo. O ídolo do Corinthians ainda recordou a fala do vice-presidente Hamilton Mourão após a morte de João Alberto Silveira Freitas, assim como os falecimentos das primas Emily e Rebeca por um tiro de fuzil.

"O futebol pode transformar isso, pode transformar as pessoas para que elas possam ter uma visão diferente. Ninguém pode ser olhado de uma maneira diferente. Nem o mais rico, nem o mais pobre. Nem o mais branco, nem o mais negro. Ninguém. A gente precisa ter esse entendimento, e passar para os nossos filhos, netos", opinou Neto.

"Está tão chato quando um vice-presidente vem e fala que o nosso país não é racista. Vamos lá! Alguém sabe os nomes das meninas que foram mortas com tiro de fuzil? Aí eu morro hoje: 'Ah, nossa, o Neto era bom, era ruim'. O país tinha que ter parado com as mortes das duas meninas", complementou.