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Kfouri exalta jogo tático de Santos: "Grêmio completamente anulado"

Técnico Cuca comanda o Santos contra o Grêmio, nas quartas de final da Copa Libertadores - Liamara Polli - Pool/Getty Images
Técnico Cuca comanda o Santos contra o Grêmio, nas quartas de final da Copa Libertadores Imagem: Liamara Polli - Pool/Getty Images

Colaboração para o Uol, em São Paulo

16/12/2020 22h26

O Santos passeou na Vila Belmiro diante do Grêmio e garantiu uma vaga nas semifinais da Libertadores nesta quarta (16). A vitória maiúscula do time de Cuca contrariou as previsões, que viam o Tricolor gaúcho como favorito. Analisando o jogo tático das equipes, André Kfouri elogiou a estratégia santista de recuperação de bola e imposição física dos jogadores, mesmo sem peças importantes como Soteldo e Pituca.

'Do ponto de vista teórico, o Grêmio estava em boa condição para disputar esse jogo fora de casa por causa desse balanço de jogadores disponíveis e indisponíveis em ambos os times. O Santos já tinha mostrado na Arena que conseguia solucionar problemas sem o Soteldo, mas, evidentemente é melhor ter o Soteldo do que não tê-lo. A perda que me fez pensar que, com a volta do Jean Pyerre, o Santos sofreria um pouco, foi a do Pituca, que ficou de fora por suspensão. Nessa solução de meio de campo, num time sem o Soteldo, o Pituca, para mim, faria muita falta. E, na verdade, não fez. Com os jogadores disponíveis no meio de campo, o Santos conseguiu fazer o mesmo jogo inteligente e eficiente que fez na Arena. Foi até melhor do que aquele, porque conseguiu encaminhar toda a partida como queria", disse o jornalista no Sportcenter.

Kfouri então, contextualizou a situação dos times e deu os créditos à eficiência técnica dos comandados de Cuca. "Existe uma tendência no futebol, em que times investem mais na recuperação do que manutenção da bola. Isso tem a ver com o elenco disponível, com característica de jogadores, com formas como técnicos enxergam o futebol, mas tem a ver com escolhas, acima de tudo. E aqui não estou dizendo o que é certo ou errado. Mas, existem muitos times hoje que atuam com mais ênfase na recuperação da bola do que as equipes que dão preferência à manutenção da bola. O Grêmio é de manutenção, por outro lado, o Santos busca recuperar e sair"

Ao completar o raciocínio, o jornalista fez uma conexão do modelo de jogo do Santos com o que o Liverpool apresenta com Klopp.

"O jogo de hoje foi um ilustração desse momento que o futebol vive: o meio de campo gremista é leve, criativo, técnico e foi completamente anulado pelo meio de campo do Santos, que também é inteligente, mas é um pouco mais pesado, intenso e físico. Esse olhar pro futebol, mais enfático na recuperação do que na posse de bola, é um olhar que leva o futebol novamente para o aspecto físico, sobrepondo-se ao aspecto técnico. De novo, não estou dizendo que isto é ruim ou bom. No mundo, o time que faz isso de maneira mais elogiável, obviamente é o Liverpool. O Santos fez isso muito bem, tanto na ida, como na volta", analisou.