SBT e Disney desistem, e Globo encaminha renovação de contrato da Fórmula 1
A Globo tem conversas avançadas com a Liberty Media, dona dos direitos de transmissão da Fórmula 1, para renovar o acordo de exibição da categoria na televisão brasileira. O caminho ficou mais fácil após SBT e Disney não apresentarem uma proposta concreta. A emissora carioca espera resolver a questão até o fim do ano para negociar cotas de publicidade com o mercado anunciante.
Segundo apurou a reportagem do UOL Esporte, a Liberty ficou satisfeita com a proposta da Globo de US$ 20 milhões (R$ 101 milhões na cotação atual). O tempo de contrato ainda é discutido, mas a tendência é que seja mantido o formato padrão de cinco temporadas, entre 2021 e 2025. A forma de pagamento ainda é discutida.
O primeiro pagamento só seria feito no ano que vem, o que ajuda a emissora por causa da crise da pandemia do novo coronavírus.
Um sinal do avanço é o fato de que minutas de contrato já são discutidas. A assinatura deve acontecer até o fim deste ano. A Globo vê esse prazo como ideal porque precisa de tempo para vender espaços publicitários para as empresas interessadas. A Renault, patrocinadora das transmissões do canal desde 2007, e que tem uma equipe na categoria, já fez consultas informais para saber o andamento das conversas - e a resposta foi positiva.
A Globo quer tentar iniciar negociações de cota ainda em 2020 e aproveitar que as empresas estão mais dispostas a gastar em publicidade no fim do ano. Sobre transmissão, o esquema dos últimos anos será mantido: o que for possível será mostrado em TV aberta ao vivo. O que não der será exibido no Sportv e em VT compactado na madrugada de domingo na Globo, por volta da 0h.
De resto, a Globo também espera o fim dessas conversas para renovar os contratos dos comentaristas Luciano Burti e Felipe Giaffone, que terminam ao fim de 2020.
O que ajudou o caminho a ser mais calmo para a Globo é que durou pouco o interesse de SBT e Disney na Fórmula 1. As empresas não chegaram a um acordo por um consórcio para a exibição da categoria em TV aberta e paga, no Brasil. Mesmo com uma boa relação, o SBT só topava entrar na história se a Disney pagasse uma fatia maior, e o conglomerado americano desejava uma divisão igual do contrato.
Desde o início de novembro, Liberty e Globo começaram a conversar para a renovação contratual. Antes, depois de uma tratativa desgastante para ambos os lados, a emissora chegou a anunciar que abriria mão dos direitos da competição pela primeira vez desde 1981, por não concordar com os valores cobrados.
Em 2019, a Globo ofereceu cerca de US$ 20 milhões, mas a Liberty queria US$ 22 milhões por ano para a renovação. A detentora da categoria, com isso, passou os direitos para a empresa Rio Motorsports, que negociou com algumas TVs nacionais, como a Cultura.
Porém, por garantias não cumpridas e após reclamações de parceiros comerciais, a Liberty chamou novamente a negociação para si e voltou a conversar com a Globo, que manteve a proposta "antiga".
Procurada para falar sobre o assunto pelo UOL Esporte, a Globo manifestou que "não comenta negociações em andamento". A Liberty Media também optou por não se pronunciar.
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