Família não conhecia talento de gamer assassinada em SP: 'jogava bastante'
A família da gamer Ingrid "Sol" Bueno, 19, morta a facadas na última segunda-feira (22), desconhecia a fama dela no jogo Call of Duty: Mobile. Os parentes só tiveram ideia da projeção da jovem quando mensagens de solidariedade pelo assassinato passaram a circular nas redes sociais. Um homem de 18 anos, também jogador, é suspeito pelo crime e foi preso em flagrante.
O UOL conseguiu apurar que ela se dividia entre o trabalho e o jogo, mas que tinha uma vida reservada. "Jogava bastante", disse um parente, que pediu para não ser identificado.
Desde 15 de fevereiro, ela estava de atestado do trabalho, já que seus pais tinham contraído coronavírus. Por medida de precaução, ela pediu o documento, no qual consta o CID 834.2, que é "infecção por coronavírus de localização não especificada".
"Ela não comprou o atestado como algumas pessoas estão dizendo", disse o parente. O UOL tentou falar com os pais dela, mas foi informado que não queriam falar com a imprensa.
No Instagram, a irmã de Sol, Sandy Bueno, compartilhou uma homenagem que outros jogadores de CoD: Online fizeram para a jovem. "Tenho certeza q ela iria adorar essa homenagem, obrigada pela a força e boas energias de todos. Minha irmã deixou esse mundo, mas ela sempre vai estar brilhando em nossos corações", escreveu.
A SSP (Secretaria de Segurança Pública) de São Paulo informou que o delegado responsável pelo caso não dará entrevista no momento. O caso é investigado pelo 87º Distrito Policial.
Ainda conforme a SSP, o autor foi preso em flagrante e a Justiça decretou a prisão preventiva dele. A equipe de investigação encaminhou o celular do autor para perícia e realiza diligências para esclarecer todas as circunstâncias do crime.
Gamer estava na mais alta classificação do jogo
O jogo tem um sistema de classificação dos participantes dividido em seis patentes, com 26 subdivisões. Quem entra hoje no game é chamado de "recruta I" e, com o passar do tempo, o jogador vai acumulando experiência e subindo de nível. Sol estava na classificação "lendária", considerada a mais alta, e integrava uma equipe que só aceitava participantes desse nível.
O líder de comunicação da equipe FBI E-Sports, Mateus Leal explica que Ingrid passou a jogar CoD em dezembro do ano passado. Inicialmente, ela ingressou num grupo de mulheres jogadoras na FBI E-Sports, porém, a maior parte delas era iniciante enquanto Sol estava em um nível mais avançado. Em janeiro, ela migrou para o time masculino.
A equipe tem 45 pessoas e, para ingressar, há inclusive um processo de seleção com uma série de perguntas. Também é preciso ter indicação de outro participante para entrar. Porém, a jovem seguiu outro caminho e foi convidada a participar da equipe.
"Ela foi uma jogadora que desenvolveu muito uma grande proeza, uma grande habilidade dentro do jogo, chamando a atenção de várias grandes organizações (equipes) do jogo. A FBI entrou em contato e ela aceitou o nosso convite. Ela era um membro muito ativo como se fosse uma jogadora ou um jogador de futebol, ela apenas estava conosco nos momentos de treinos e em campeonatos. Mas como ocorreu uma amizade muito grande conosco, às vezes fora desses horários, ela participava com a gente de jogos casuais que o jogo proporciona", explica Leal.
Suspeito tentou entrar no time da Sol
Segundo o líder de comunicação da equipe, o suspeito do crime participava de um time rival e tentou ingressar na FBI E-Sports, mas não conseguiu, pois o grupo já havia atingido a capacidade máxima. "Ele importunava muito querendo entrar em outras equipe, inclusive na nossa."
Ainda conforme Leal, após o crime, surgiram relatos que o suspeito tentava se aproximar de outras garotas do jogo. "Infelizmente, nossa Sol, sem prevermos o que isso poderia levar, saiu com ele na maior das boas intenções, para encontrar um jogador, mas encontrou um monstro."
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