'Popeye russo' faz nova cirurgia e teme perder capacidade motora dos braços
O ex-soldado russo Kirill Tereshin, de 24 anos, autodenominado "Popeye" fez recentemente a segunda cirurgia de tríceps do braço direito para retirar parte do óleo endurecido e pedaços do músculo afetado pelo composto. O jovem aplicou uma substância, conhecida como Synthol, que faz com que aumente rapidamente os músculos, e agora teme perder a sensibilidade das mãos e capacidade motora dos braços.
"Segunda cirurgia de tríceps no braço direito foi bem-sucedida. Obrigado ao Hospital, também obrigado ao cirurgião Dmitry Melnikov por assumir minhas operações mais difíceis e salvar minha vida deste veneno. Também obrigado a Albina por cuidar da minha mão após a operação (tratamento, lubrificação, limpeza de feridas e curativo)", escreveu no Instagram.
O Synthol é uma substância usada em animais de grande porte e contém vitaminas B, D e E. Quando é aplicado, causa inchaço instantâneo por inflamar o local e é por isso que algumas pessoas acabam usando irresponsavelmente diretamente no músculo, para fins estéticos. O músculo incha dando a impressão de um corpo mais malhado, mas os riscos para a saúde são enormes.
Depois de quase um ano esperando pela nova cirurgia, adiada em razão da pandemia do coronavírus, Kirill passou pelo novo procedimento para tentar retirar parte do óleo endurecido e, como ele mesmo diz, "se livrar desse pesadelo".
"Tenho apenas 24 anos e meu sistema imunológico até agora está lidando com essa inflamação, mas realmente não sei o que vai acontecer a seguir. É por isso que comecei as cirurgias para me livrar desse pesadelo", contou o fisiculturista ao site Daily Star.
O jovem explicou que começou a aplicar o produto — que é composto por óleo, lidocaína e álcool benzílico — aos 20 anos. O composto é injetado nos músculos com o objetivo de mudar a sua forma e aumentar de tamanho, sendo comumente usado por fisiculturistas.
"Eu ganhei meus braços quando tinha 20 anos devido à minha própria estupidez. Não pensei nas consequências", disse o jovem que injetou cerca de três litros do material em cada braço.
Kirill foi convencido a salvar sua vida e remover a parte endurecida pelo óleo após os braços começarem a infeccionar. Um dos incentivos que o "Popeye" recebeu foi de Alana Mamaeva, 33, defensora de vítimas de cirurgias plásticas malsucedidas, que é casada com o jogador russo Pavel Mamayev.
O médico Dmitry Melnikov, responsável por extrair parte do óleo endurecido do tríceps do braço direito de Kirill, disse que ele poderia morrer se não retirasse o conteúdo.
O fisiculturista afirmou que ainda precisará fazer novas cirurgias nos bíceps, que podem atingir nervo responsável pela sensibilidade das mãos e capacidade motora dos braços dele. Kirill ainda contou que sentia febre alta, dores fortes e fraqueza em razão das aplicações.
"A cirurgia mais difícil será no meu bíceps. O nervo responsável pela sensibilidade [das mãos e capacidade motora] dos braços está dentro [da área atingida pelo composto]. Deus me livre que algo aconteça com este nervo e eu não possa mais mover meu braço. Eu realmente me preocupo com isso."
E completou: "Estou com muito medo. Eu deveria ter pensado sobre isso [aplicação da substância] antes, eu sei. Eu me culpo, eu sei que sou culpado".
A expectativa é que Kirill faça a próxima cirurgia no final deste ano para tentar remover mais uma parte do óleo endurecido.
Riscos à saúde
"No momento da injeção e depois, há problemas a longo prazo. No momento da injeção, a pessoa pode ter infecção, isso nos primeiros dias. Se tem infecção, tem uma reação inflamatória e pode ter a necrose do músculo. Aí é preciso operar para tirar e o óleo pode cair na corrente sanguínea e causar embolia no pulmão e coração e levar a morte."
A longo prazo, a substância no músculo fica 'petrificada', como no caso do "Popeye russo". "O músculo faz uma fibrose, vai tentar cicatrizar. O músculo fica duro e perde a função. A longo prazo, a substância pode mudar de lugar e seguir a lei da gravidade, ir caindo, a estética muda. Pode haver perda da função muscular e pode infeccionar a qualquer momento", ressaltou o cirurgião.
*Com informações de Karla Torralba, para o UOL Esporte, em São Paulo, no ano de 2019
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