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Ex-funcionários são acusados de desviar R$ 2,5 milhões de Milton Neves

O apresentador e blogueiro Milton Neves   - Reprodução/YouTube
O apresentador e blogueiro Milton Neves Imagem: Reprodução/YouTube

Brunno Carvalho e Gustavo Setti

Do UOL, em São Paulo

12/03/2021 11h51Atualizada em 12/03/2021 15h03

O apresentador da Rede Bandeirantes e blogueiro do UOL Milton Neves acusa um ex-funcionário de ser o mentor de um desvio de R$ 2,5 milhões por meio de notas fiscais sem comprovação de serviços prestados. A informação foi revelada hoje pela manhã pela revista Veja São Paulo e confirmada pelo UOL Esporte.

A quantia desviada pode ser cinco vezes maior por causa de indícios de saques indevidos e pagamentos com cheques que contêm assinaturas que não batem com a verdadeira. Evandro Cesar Cesarino Ribeiro, que foi gerente na empresa de publicidade Terceiro Tempo por mais de duas décadas, foi indiciado pela Polícia Civil em 29 de janeiro por furto qualificado, abuso de confiança e concurso de agentes.

O acusado teve a quebra de seu sigilo bancário decretada. Desde então, o caso ocorre em segredo de Justiça.

Ribeiro é suspeito de ter admitido dois funcionários que respondiam a ele no concurso de agentes. Ambos abriram empresas e também emitiram notas. A dupla confessou o crime e foi indiciada, mas se diz arrependida e ajuda Milton Neves na obtenção de provas. A pena é de até quatro anos de prisão.

Sergei Cobra Arbex, advogado de Milton Neves no caso, afirmou ao UOL Esporte que o apresentador não espera recuperar o dinheiro perdido. "O interesse do Milton Neves no caso não é monetário. Ele só quer que a justiça seja feita. O caso agora está nas mãos do Ministério Público, que fará a avaliação do caso e decidirá sobre os fatos".

Ribeiro tinha acesso às contas bancárias de Milton Neves e emitia notas fiscais superfaturadas. Como as quantias eram consideradas pequenas, o golpe, que teria começado havia mais de cinco anos, demorou para ser descoberto.

"O que tinha a dizer eu declarei nos autos na 78ª DP (Delegacia de Polícia) de SP e na delegacia de Muzambinho. O caso agora está nas mãos dos sérios Poder Judiciário e Ministério Público", disse Milton Neves ao UOL Esporte.

Em Muzambinho (MG), cidade em que Milton Neves nasceu, um inquérito apura a falsificação de cheques por parte de Evandro. As demais acusações foram apuradas pela Polícia Civil de São Paulo.

O que diz a defesa de Ribeiro

Em nota enviada ao UOL Esporte, o advogado de Ribeiro, Carlos Alberto Cruz, classificou como "infame" a acusação do jornalista.

"A estória contada nesta infame denúncia vem perdendo força a cada instante. Cabe esclarecer que o Sr. Evandro foi um funcionário dedicado durante mais de duas décadas e sempre trabalhou para o Sr. Milton Neves com honestidade e dedicação", disse a defesa.

"O Sr. Milton Neves não só sabia dos pagamentos efetuados à empresa de Evandro como foi dele a ideia que ele administrasse seus imóveis, pagando a ele o mesmo que pagava à antiga administradora. Além disso, [Ribeiro] cuidava de toda a parte administrativa da empresa e vida pessoal do Sr. Milton Neves e, para este fim, recebia o seu salário registrado como funcionário", acrescentou.

Por fim, a defesa de Ribeiro declarou que "sobre os valores que o Sr. Milton Neves alega ter sido furtado, cabe a ele provar agora em juízo as suas alegações".