Taison admite nervosismo por reestreia e se declara: 'Voltar a ser feliz'
De volta ao Internacional, o meia-atacante Taison não escondeu o nervosismo antes da reestreia, ontem, na goleada por 6 a 1 sobre o Olimpia-PAR, pela fase de grupos da Copa Libertadores.
Em entrevista ao "Seleção SporTV", o jogador revelou ter recebido propostas de outros clubes, mas afirmou que "era o momento de voltar para casa". O ex-Shakthar assinou por dois anos com o Colorado.
"Agora já estou mais aliviado. Ontem, antes da partida, eu estava um pouco nervoso. Parecia que estava voltando uns dez anos, quando fiz a minha estreia. Conseguimos fazer um grande jogo, com vitória, que era o mais importante", disse Taison.
"Eu sempre desejei (voltar). Eu fiquei 11 anos na Ucrânia, e já tinha esse desejo de voltar, para ficar perto da minha família. Eu tinha esse desejo de volta ao Inter por gratidão pelo que o clube fez por mim. Não poderia nesse momento virar as costas pro clube que me revelou, que me fez chegar ao profissional e conquistar grandes coisas", completou.
Taison conta que o "momento difícil" no clube ucraniano e a saudade da família também pesaram para o seu retorno ao Inter
"Eu poderia ter ficado na Europa porque tive propostas de outros lugares e até mesmo na Ucrânia me ofereceram dois anos de contrato, só que eu senti que era o momento de voltar para casa, de voltar a ser feliz. Eu estava passando por um momento difícil no clube, briguei com a comissão técnica, com a direção. Ficou um negócio meio feio da minha parte, mas graças a Deus no final deu tudo certo, consegui conversar com eles", falou.
Caso de racismo
Vítima de racismo no clássico entre Shakhtar Donetsk e o Dínamo de Kiev, em 2019, pelo Campeonato Ucraniano, Taison afirmou que este será um episódio que "não vou conseguir esquecer".
Na ocasião, o jogador acabou expulso por responder aos insultos exibindo o dedo do meio e chutando uma bola na direção dos torcedores que o estavam insultando.
"É um episódio que me deixa triste até hoje, porque eu joguei nove anos na Ucrânia e nunca pensei que passaria pelo que passei. Eles já tinham feito a primeira vez, eu escutei e deixei. Na segunda, eu tive aquela reação, porque a gente passa por isso no dia a dia. Não sou só eu que passei dentro do campo, tem pessoas que vão à loja e o segurança segue até o final. Tem pessoas que passam por isso no dia a dia. Eu luto para isso acabar um dia. Somos todos iguais. As pessoas têm que entender que não existe preto, branco, nós somos todos iguais", defendeu o camisa 10 do Inter.
"Naquele momento eu já queria ter ido embora da Ucrânia. Depois, com a cabeça mais calma, pensei e perdoei. Não posso ficar levando isso no coração. É um negócio que me magoa bastante, que não vou conseguir esquecer. Eu tento não lembrar para não ficar triste", seguiu.
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