R. Gaúcho diz que deixou Grêmio após ouvir 'monte de besteira' de dirigente
Fora do Grêmio há cerca de um mês, Renato Gaúcho afirmou que um dirigente do clube foi o responsável por sua saída. Convidado do "Bem, Amigos", o treinador não identificou o cartola, mas disse que estava cansado de ouvir um "monte de besteira".
Renato Gaúcho deixou o Grêmio após o time não se classificar para a fase de grupos da Copa Libertadores, em disputa com o Independiente del Valle. Na ocasião, o treinador se recuperava da covid-19.
"Depois do jogo que o Grêmio foi eliminado, eu estava ainda me recuperando da covid, e eu ouvi certas coisas de uma pessoa - que não vale a pena comentar - e eu não gostei, mas fui dormir. No dia seguinte, cedinho tocou o telefone, era a minha esposa e falou: 'arruma as malas e vem embora. Todo ciclo tem início, meio e fim'. E aí me deu o estalo. Não vou ficar aqui escutando certas coisas de uma pessoa que não faz nada pelo clube, não entende nada, e fala um monte de besteira. Aí a minha ficha caiu", relatou o treinador.
"Mais ou menos pela uma hora (da tarde) o presidente me ligou e eu falei: 'presidente, sei que vocês estavam numa reunião, mas independentemente da reunião deixa eu falar uma coisa, já arrumei minha mala. Estou indo embora'. As pessoas têm que ter respeito pelas outras, principalmente ídolos, e no momento que você tem uma pessoa no clube que não faz nada, que atrapalha, não vou ficar batendo boca com ninguém", completou.
Questionado sobre quem seria o "culpado" por sua saída após quase cinco anos de clube, Renato despistou.
"Essa pessoa infelizmente tem vontade de ser presidente, mas não vai ser nunca porque não tem condições. Essa que é a realidade da vida. Fala um monte de besteira, mas deixa para lá", falou.
Despedida emocionante
Alguns dias após comunicar sua decisão ao clube, e se recuperar da covid-19, Renato foi agraciado com despedidas emocionantes. O presidente Romildo Bolzan e o atual elenco tricolor arrancaram lágrimas do ídolo gaúcho.
"O presidente Romildo foi me visitar no hotel, e chorou bastante. Me deu um abraço, assinei algumas camisas para ele. Eu chorei também, até porque a gente não joga fora quatro anos e sete meses. Foi um trabalho maravilhoso, de grandes conquistas. Fiquei muito feliz pela despedida da torcida. (...) Achei que era hora de dar um descanso para a cabeça, curtir um pouco mais a minha família e os meus amigos", falou Renato.
Já a despedida dos jogadores aconteceu no hotel onde Renato morava - onde também ocorria a concentração do Tricolor. Os jogadores "invadiram" o quarto do comandante até a 1h da manhã e prometeram um churrasco de despedida.
"Eu não tenho uma queixa para fazer do meu grupo. Sinto saudade de todos os jogadores. Foi uma coisa até bastante emocionante, uns quatro dias antes de eu voltar para o Rio de Janeiro, eles estavam concentrados, e o grupo todo invadiu o meu quarto. Foi uma coisa que mexeu muito comigo. Eu ali na hora me controlei. Aquilo mexeu muito comigo. Eles foram embora e eu fiquei duas ou três horas chorando. Para você ver a proximidade que eu tinha com o meu grupo", disse Portaluppi.
Conversa com Tiago Nunes
Apesar da saída, Renato não se distanciou totalmente do Grêmio, e inclusive mandou um recado a Tiago Nunes, atual técnico gremista. Em conversa, o ex-jogador pediu para o novo comandante "cuidar bem" do grupo.
"O Tiago Nunes me ligou uns três dias depois que eu estava no Rio de Janeiro, e uma das únicas coisas que eu pedi para ele foi: 'Você está chegando num clube grande, maravilhoso, que vai te dar todas as condições de trabalho; você vai trabalhar com um grupo maravilhoso, uma torcida excepcional. Cuida bem desse grupo'. Foi com essas palavras que eu passei a palavra para ele e troquei algumas ideias. Já sinto saudades desse grupo, falo com os funcionários diariamente", relatou Renato, que não tem pressa para volta a trabalhar:
"Daqui a pouco eu volto a trabalhar sem problema algum. Já neguei algumas propostas de fora e daqui do Brasil. Se eu saí do Grêmio foi para descansar um pouquinho, e é isso que estou fazendo", contou.
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