Jogadora negra de softball é obrigada a cortar cabelo em jogo: "Humilhante"
A estudante Nicole Pyles, jogadora negra de softball (esporte semelhante ao beisebol) da Hillside High School, foi obrigada a cortar o cabelo durante uma partida de seu time contra o Jordan High.
O caso aconteceu no dia 19 de abril. Segundo ela, a iniciativa partiu da arbitragem do jogo, que afirmou ter seguido regras da organização do torneio - as normas permitem às atletas utilizarem grampos de cabelo e presilhas, mas proíbe artigos como miçangas, que Pyles estava usando.
A jogadora disse ao jornal The News & Observer que o episódio aconteceu na frente do público. "Fiquei chateada porque já tinham me visto jogar várias vezes [com as miçangas]. Para trazer isso à tona, é porque outro treinador, ou pai de quem quer que seja, disse algo. Era como se fosse uma regra muito importante. Eu entendo que é uma regra, mas se era tão importante, por que isso não foi aplicado antes, fora do campo ou qualquer coisa assim?", iniciou.
"Eu me senti humilhada e envergonhada porque todo mundo estava tentando ver o que fazer. E eu pensei: 'não há nada que eu possa fazer para impedir isso'. Então foram até as arquibancadas, porque haviam pais lá, e perguntaram se alguém tinha alguma tesoura por causa das miçangas", prosseguiu.
"E cortaram algumas partes do meu cabelo. Estou envergonhada porque fui criticada na frente de todas as pessoas sem motivo. Eu entendo que grampos de cabelo e outras coisas sejam permitidos porque se aplicam a todos, mas pergunto: quem mais usa miçangas? Quem mais usa coisas que ficam penduradas em tranças no seu cabelo? Só meninas negras ou pessoas que têm cabelo grosso, vou colocar assim".
Por fim, Pyles mostrou entender a existência de regras que proíbem o uso de alguns acessórios, mas afirmou que o objeto que estava usando era incapaz de causar danos aos adversários.
"Eu sinto que as regras são necessárias. Mas sinto que se você é capaz de prender o cabelo e não está bloqueando sua visão, então não está machucando ninguém. No softball você fica meio desorientado, mas mesmo se eu estivesse correndo muito, minha miçanga não vai se esticar dez metros e machucar alguém", concluiu.
O jornal informou que a escola que recebeu a partida iniciou uma investigação sobre o caso e afirmou que a regra "é culturalmente tendenciosa."
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