Copa América: Decisão do STF pode acirrar relação com Planalto, diz Brígido
O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para quinta-feira (10) uma sessão extraordinária para tratar com urgência e decidir a respeito da realização ou não da Copa América no Brasil.
Para a colunista do UOL Carolina Brígido, a decisão do STF pode "acirrar" e "colocar mais lenha na fogueira" nas relações com o Palácio do Planalto. Ela participou da edição de hoje do UOL News.
"O Supremo Tribubal Federal, desde o início da pandemia, tem tomado decisões muito claras de apoiar as medidas protetivas e restritivas ao alastramento do coronavírus. Temos que ter em mente que tem muito pouco tempo que o Supremo decidiu que as igrejas e templos não podem ficar abertos durante a pandemia. Nesse sentido, como que agora que o Supremo poderia decidir que pode ter a Copa América?", disse.
"O mais lógico seria imaginar que o Supremo fosse barrar a Copa América. Só que se o Supremo fizer isso, vai ser muito complicado porque tem jogo já marcado para o domingo. Vai implicar em uma conjuntura toda de reorganizar o torneio, que pode ficar desconfortável para o Supremo e pode acirrar as relações do Supremo com o Palácio do Planalto, que não são das melhores. Seria como colocar mais lenha na fogueira dessa relação já conturbada. A decisão, se for barrar a Copa América ou permitir, as duas decisões são muito difíceis", completou.
A audiência faz parte de um processo impetrado pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) e o deputado federal Júlio César Delgado, que tem a relatoria da ministra Cármen Lúcia, autora da solicitação da sessão. O presidente do STF, Luiz Fux, aceitou o pedido e inseriu o assunto na pauta.
O Brasil virou sede da Copa América após atender ao pedido da Conmebol, que se viu sem saída para o torneio, já que Colômbia e Argentina não puderam receber mais a competição. No caso dos colombianos, o ponto crucial foi a onda de protestos nas ruas, que deixou em risco a segurança no país. Posteriormente, o governo argentino recuou ao ver uma escalada da pandemia em seu território.
Na outra ponta, a CBF só deu resposta positiva para a Conmebol porque obteve o aval do governo federal. O então presidente da entidade, Rogério Caboclo, acionou diretamente Jair Bolsonaro na manhã do dia 31 e ouviu do presidente que o caminho estava livre para organizar a competição em solo brasileiro.
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