Edílson vê racismo em episódio de 'rosto pichado'; organizada nega e rebate
O comentarista Edílson, da TV Band, voltou a falar sobre o episódio em que seu rosto foi coberto por uma torcida organizada palmeirense em um mosaico montado na arquibancada do Allianz Parque para homenagear o time campeão paulista de 1993. Desta vez, o ex-atacante destacou que sua perna também foi coberta na foto, o que ele entendeu como um ato de racismo.
Edílson explicou que sua maior tristeza em relação ao episódio foi por ver seus familiares sendo expostos ao que aconteceu. O ex-jogador disse que entende que tem uma identificação maior com a torcida do Corinthians - onde atuou entre 1997 e 2000 -, mas reiterou que sempre se dedicou quando defendeu o Palmeiras, entre 1993 e 95.
"Fico triste porque envolve muita gente. Minha mãe viu e ficou muito triste. Eu fiquei mais triste por ela, não por mim. Acho que a gente, que jogou em vários clubes, demos o sangue, o suor, nos dedicamos e de repente alguns torcedores tem esta atitude de cobrir meu rosto e mudar a cor da minha pele nas pernas. Na verdade, isso foi o que mais me deixou triste", disse no Jogo Aberto, hoje (15).
"Eu sou negro e tenho orgulho. Não precisava fazer isso. A minha identificação com a torcida do Corinthians é grande, mas não apaga minha história no Palmeiras. Dei tudo na minha passagem lá. Conseguimos tirar o time de uma longa fila, 17 anos sem título. Me sinto injustiçado, fiquei triste na hora, mas a vida é assim mesmo. Recebi mensagens da torcida do Corinthians, dizendo que sou ídolo. Minha história ninguém apaga. Quando ela é bem construída, ninguém apaga", completou.
Organizada nega e rebate ex-jogador
Em contato com o UOL Esporte, o presidente da Mancha Alviverde, André Guerra, negou qualquer motivação de cunho racial na decisão de excluir Edílson da faixa. "A ideia era relembrar o título, tanto que fizemos ações nas redes sociais também. Mas para nós este cidadão não faz parte da história do Palmeiras, porque ele não respeita o nosso clube, então não tem porquê fazer qualquer referência a ele", afirma.
"A gente não cobriu só o rosto, cobriu inteiro, porque é o Mancha que está ali [o símbolo da organizada]. E o Mancha é verde. Não tem como dizer que é uma atitude racista, porque o Tonhão, o César Sampaio e o Mazinho são negros, estavam naquele time e estão na faixa", diz André Guerra. "Ele mesmo [Edílson] há um tempo atrás falou que os goleiros negros tomam mais gols; enquanto a Mancha foi campeã do Carnaval em 2019 falando de Aqcualtune, uma princesa negra", completa.
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