Topo

Dinei diz que brigas motivavam Corinthians bicampeão brasileiro

Dinei comemora gol do Corinthians na final do Brasileiro em 1998 com Marcelinho, Rincón e Sylvinho - Reprodução
Dinei comemora gol do Corinthians na final do Brasileiro em 1998 com Marcelinho, Rincón e Sylvinho Imagem: Reprodução

Colaboração para o UOL, em São Paulo

23/06/2021 13h00

O ex-atacante Dinei, ídolo do Corinthians, contou que as brigas no vestiário funcionavam como uma espécie de combustível para os jogadores do elenco bicampeão brasileiro pelo time alvinegro em 1998 e 1999.

Dinei disse que os próprios jogadores, como Vampeta, reconheciam que o time rendia menos em semanas mais tranquilas. O ex-jogador ponderou que a "fumaça" deixava os atletas mais ligados dentro de campo.

"O pessoal saía bastante na mão. O Rincón deu no Mirandinha, no Marcelinho, no Edílson. Aquele Corinthians de 1998-2000 era assim. O Vampeta falava que quando a semana estava muito tranquila, o time não ganhava. Tinha que ter um 'vuco-vuco' para entrar ligado. Se não tivesse, não ia. Se não tivesse fumaça, o pessoal entrava na 'inhaca'", disse Dinei em entrevista ao canal Alê Oliveira, no YouTube.

Insatisfação com o futebol atual

Campeão brasileiro com o Corinthians três vezes - também levantou a taça em 1990 -, Dinei entende que o futebol no país está atravessando um momento ruim. O ex-jogador admitiu que não consegue nem assistir aos jogos do seu ex-clube.

"Quando eu começo a assistir um jogo, hoje em dia, dá 20 minutos, eu durmo. Não consigo assistir. É porque o jogo é ruim mesmo. O time do Jorge Jesus do Flamengo foi o último time que eu conseguia ver os 90 minutos mesmo. Sou corintiano, mas está difícil de assistir aos jogos do Corinthians e dos outros times brasileiros", disse.

Outro problema detectado por Dinei no futebol atual é a falta de respeito dos jogadores pelos ex-atletas dos clubes onde atuam. Ele contou um episódio em que se sentiu desprestigiado pelo elenco atual do Corinthians.

"Hoje, a molecada está uma 'perna' desgraçada. Eles veem a gente, que é ex-jogador, e nem cumprimentam. Quando eu era jogador, eu via Ataliba, Zenon, Casagrande, que já tinham parado, e chamava os caras de ídolo. Parava para cumprimentar. Cheguei no Parque São Jorge um dia, nem vieram me cumprimentar. Só o Mauro, que jogou comigo e o Carille que também jogou comigo. Comentei com eles que as coisas estão diferentes. Parece que eles querem que a gente chegue neles", contou.

"Tudo pé de rato. Passei no vestiário, o Mauro disse que eu era o único tricampeão brasileiro pelo Corinthians, só acenaram. Mas nem fiz questão também. Os únicos que têm meu respeito são Fagner, Cássio, Fabio Santos, Jô e Gil. O resto, tudo pé de rato, tanto fez, tanto faz", completou.