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ANÁLISE

Seixas: "Red Bull se adaptou e soube trabalhar melhor do que a Mercedes"

Do UOL, em São Paulo

28/06/2021 04h00

Em 2021, a Mercedes viu seu domínio se dissipar. Nas últimas quatro provas da temporada, a Red Bull deu as cartas. Foram três vitórias de Max Verstappen (Mônaco, França e Estíria) e uma de Sergio Pérez (Azerbaijão), que levaram a equipe à liderança tanto do Mundial de Pilotos como do de Construtores.

No Fim de Papo F1, live pós-corrida do UOL Esporte - com os jornalistas Fábio Seixas e Flavio Gomes - os comentaristas falaram sobre a superioridade da Red Bull sobre a Mercedes nas últimas provas. Eles apontaram alguns fatores que ajudam a compreender este bom desempenho da escuderia austríaca e a dificuldade da Mercedes se impor como nos anos anteriores.

"A Red Bull se adaptou e soube trabalhar melhor com essa mudança do que a Mercedes. Teve uma distorção [na corrida] porque o Hamilton parou nos boxes na penúltima volta, mas o Verstappen ia ganhar a corrida com quase 20 segundos de vantagem. Esse é o tamanho da diferença entre os dois carros e os dois pilotos", opinou Seixas.

Para Flavio, a Mercedes perdeu terreno com as mudanças nas regras para esta temporada. "De motor, não tem mais muito segredo. Inclusive estão congelados para as próximas temporadas por uma questão de custos. Em 2025 teremos uma mudança um pouco mais drástica. Até lá, eles terão essa mesma configuração. Agora, existe uma mudança no regulamento que afetou diretamente a Mercedes. Isso a gente percebeu desde o início da pré-temporada", disse.

Entre as alterações, houve mudanças nos assoalhos dos carros, o que teve impacto direto na parte aerodinâmica. No caso da Mercedes, o resultado prático foi um carro mais 'nervoso' na parte traseira, o que foi alvo de reclamações de Hamilton.

"Os carros da Mercedes têm essa dificuldade. Para tentar assentar a traseira do carro, estão tendo de andar com um pouquinho mais de asa e isso perde velocidade nas retas. Eles estão naquele famoso dilema: o que a gente faz? Anda bem nas curvas? O que vamos privilegiar? As retas? Na velocidade pura, na potência, a Honda já igualou a Mercedes. É aquela coisa de tentar encontrar alguma solução no carro", observou Flavio.

Seixas destaca que a Red Bull está se preparando de forma intensa para estender seu domínio para a próxima temporada. "O motor que a Red Bull vai produzir no ano que vem vai ser um projeto todo feito pela Honda, que deixará esse legado para a equipe. A Red Bull já contratou um monte de gente da Mercedes. Foi toda a turma que fazia os motores da Mercedes nos últimos anos, inclusive o chefe da divisão de motores. Talvez a Red Bull ainda fique com alguns engenheiros da Honda", comentou.

Para quem acha que a saída da Honda no final desta temporada deixará a Red Bull em maus lençóis, Seixas dá um recado. "A Red Bull não vai ficar a pé. Terá um motor que é a continuação do deste ano com todo o corpo técnico que trouxe da Mercedes. Ela estará em excelentes condições para o ano que vem e, de repente, vai abrir mais um flanco de fornecer motores para outras equipes da Fórmula 1", finalizou.

Não perca! A próxima edição do Fim de Papo F1 será em 4 de julho, logo após o GP da Áustria.

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