Cigano revela bastidores do UFC: 'Um tentando engolir o outro'

Cigano, lutador brasileiro de artes marciais, revelou em entrevista a 'ESPN' os bastidores do UFC, organização de MMA que fez parte durante 12 anos. Demitido após mais de uma década, ele abriu o coração ao definir o UFC como um 'negócio'.

"Não posso dizer mágoa, é um negócio. A gente luta e batalha para que seja um esporte de respeito. Mas, para os caras, é negócio. Querem lucrar. Estão ali para ganhar dinheiro" afirmou.

"Do jeito que foi minha última luta (contra Ciryl Gane, em dezembro de 2020), acabei perdendo com cotovelada na nuca. Quem assiste, viu. Me ofereceram uma luta 20 dias depois, com o (Marcin) Tybura, e eu vindo de uma concussão, após a cotovelada. Eu não poderia aceitar. 'Então, você está fora'. Óbvio, senti a falta respeito, mas, no mundo dos negócios, não existe isso. É um tentando engolir o outro", criticou a forma com que a organização o demitiu.

"Sinto que o que aconteceu foi isso: estava perdendo para caras que eram, vamos dizer, mais 'baratos'. E acharam que fosse válido me dispensar. É o que é, fiquei triste, mas não magoado. Considerei fazer outra coisa, parar de lutar, por ser um mundo com uma energia pesada, dependendo do evento. Mas existem outras oportunidades", completou ele.

Em 2011, Cigano se tornou o campeão dos pesos-pesados após 3 anos lutando no UFC. Hoje, aos 37 anos e longe da maior competição de MMA pela primeira vez, ele se sente valorizado com os convites que tem recebido:

"Do mesmo jeito que me senti desrespeitado lá (no UFC), com eles me empurrando para o que queriam; por outro, me senti muito valorizado pelas propostas. Mas meu próximo passo é muito importante, não quero tomar de qualquer forma".

Apesar dos últimos acontecimentos em sua vida, Cigano não se arrepende da carreira que construiu no UFC:" Ao mesmo tempo de tudo isso, é maravilhoso quando você vence uma luta. Tento explicar em palavras quando uma vitória chega... É o céu, não tem explicação. Tudo vai embora".