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ANÁLISE

Gomes: "Corrida naquelas condições só colocaria vida dos pilotos em risco"

Do UOL, em São Paulo

29/08/2021 15h38

Max Verstappen foi o vencedor do "GP" da Bélgica - entre aspas mesmo, já que a corrida teve apenas quatro voltas, todas com os pilotos atrás do safety car. A chuva incessante marcou o domingo no circuito de Spa-Francorchamps e, mesmo com a direção de prova esperando o máximo de tempo possível, as condições da pista não melhoraram.

No Fim de Papo F1, live pós-corrida do UOL Esporte - com os jornalistas Fábio Seixas e Flavio Gomes - os comentaristas falaram sobre a 'não-corrida' no circuito belga e com os pilotos levando metade da pontuação. Pelas redes sociais, foi possível notar o descontentamento de algumas pessoas, que gostariam que a prova fosse disputada mesmo em condições precárias. Em nome da segurança, Gomes defendeu a decisão tomada pela FIA e pela direção de prova.

"As pessoas precisam ser mais compreensivas. Do jeito que estava, era muito perigoso. O mundo é outro. As coisas não são como há 30, 40 anos, em que se jogavam os pilotos para se arrebentarem. Felizmente isso não está acontecendo. Gostamos de corrida com chuva, que é sempre algo imprevisível, mas que dê para correr. Não do jeito que estava, que apenas colocaria em risco a vida de pilotos", opinou.

Seixas concorda, mas acha que poderia haver uma insistência um pouco maior quando os pilotos andaram atrás do safety car pela segunda vez. "Já tinha menos água na pista. Se era para encerrar a prova com quatro voltas, que dessem dez, vinte. De repente, melhorava e poderíamos ter algumas voltas com corrida de verdade, sem safety car na frente, com tentativa de ultrapassagem. No horário original, concordo com a direção de prova", comentou.

Para Gomes, o cuidado com a segurança prevaleceu. "Ninguém gosta do que aconteceu. É muito chato. Gostaríamos que houvesse condições de acontecer uma corrida. Vimos o acidente de ontem do Norris, sozinho na pista, na classificação. E nem chovia tanto. O cara deu uma pancada que, por sorte, não aconteceu nada. Com vinte carros na pista, do jeito que estava, sem visibilidade alguma, poderia acontecer um acidente muito sério. Isso seria muito mais pesado para todos nós do que uma corrida de exceção, como a que tivemos hoje", afirmou, citando a forte batida do piloto da McLaren.

Seixas explicou porque seria complicado demais adiar a prova para segunda-feira. "Se existe um item do regulamento que estipula que corrida com mais de duas voltas é uma corrida, atribuindo metade dos pontos aos pilotos, a Fórmula 1 sempre vai tentar essa possibilidade. Nunca vai ter prova em uma segunda-feira. Não dá para ter corrida, mas dá para dar duas voltas atrás de um safety car", disse o colunista.

Gomes complementou ao abordar questões logísticas e financeiras da Fórmula 1. "Muita gente que trabalha na corrida é voluntária e amanhã é dia útil, e essas pessoas precisam voltar aos seus trabalhos. Em Spa, alguns trechos da pista são de estrada. Há todo um problema logístico para parar aquela região em uma segunda. Também há contratos de televisão, ingressos... É tudo muito problemático", completou.

Não perca! A próxima edição do Fim de Papo F1 será em 5 de setembro, logo após o GP da Holanda.

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